Diário de Notícias

Abastecer com diesel pode custar mais 155 euros por ano

Atestar todas as semanas sai a mais cem euros por ano do que no início de 2017. Portugal é o quarto país mais caro da UE

- PEDRO ARAÚJO

Encher um depósito de 45 litros de gasóleo fica agora mais caro 2,97 euros comparativ­amente ao início de 2017. No caso de um consumidor que ateste o veículo todas as semanas, o custo acrescido será de 154,4 euros por ano, partindo do princípio de que os preços médios do dia 1 de janeiro, apurados pela Comissão Europeia (CE), se mantêm (1,321 euros por litro). No caso da gasolina – 1,510 euros no passado dia 1, que compara com 1,463 euros do início de 2017 –, o custo anual acrescido será de 110 euros.

Um dos fatores que explicam o salto dos combustíve­is no início deste ano prende-se com a atualizaçã­o do imposto sobre produtos petrolífer­os e energético­s (ISP) em função da inflação prevista. “O governo decidiu atualizar o ISP, mas sobre esse imposto incide ainda o IVA. O resultado traduziu-se em aumentos dos preços finais na ordem de 1 a 2 cêntimos por litro”, explica António Comprido, da Associação Portuguesa de Empresas Petrolífer­as (Apetro).

Quem não gostou da medida foi a Associação Nacional dos Revendedor­es de Combustíve­is (Anarec). “A principal razão para os preços altos é a elevada carga fiscal que correspond­e a 65% do preço final”, refere António Albuquerqu­e, presidente daquela associação. Os dados da CE indicam que Portugal é o quinto país mais caro da União Europeia no caso da gasolina. Quanto ao gasóleo, Portugal está em quarto lugar, com ou sem carga fiscal. No caso da gasolina, o cenário muda se forem retirados todos os impostos e taxas: o país passa a ser o terceiro mais caro, só superado pela Dinamarca e pela Estónia.

O preço da gasolina deverá baixar hoje meio cêntimo, segundo fontes do setor. No primeiro dia do ano, aquele combustíve­l custava em média 1,510 euros por litro. A alta do euro terá evitado nova subida e permitiu ao gasóleo manter o preço (1,321 euros) na próxima semana. Os futuros do brent apontam para uma cotação superior a 67 dólares por barril, para entrega em março. António Comprido, da Apetro, antevê estabilida­de ao longo do ano.

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