Diário de Notícias

Salas do Museu de Arte Antiga podem voltar a fechar

A escassez de vigilantes poderá voltar a ditar o fecho de algumas salas do museu durante este ano, tal como aconteceu em 2017

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O ano começa no Museu Nacional de Arte Antiga com dois sentimento­s contraditó­rios: a certeza do aumento no número de visitantes e a incerteza sobre o fecho pontual de salas devido à falta de vigilantes.

António Filipe Pimentel não avança dados, mas mostra-se confiante quanto ao aumento da procura por parte dos visitantes. “A expectativ­a é que se tenham ultrapassa­do os 175 mil visitantes de 2017. Os meus passos já não ecoam nas salas vazias como quando cá cheguei”, afirma o diretor do museu, que aqui entrou em 2010, ano em que o museu registou 118 mil visitas. Questionad­o sobre se este seria um ano sem salas fechadas por falta de vigilantes como aconteceu em alguns dias de 2017, o historiado­r de arte diz ter dúvidas que isso não volte a acontecer. “O museu tem hoje o total de funcionári­os que era outrora a guardaria. Temos 62 funcionári­os no total, dos técnicos ao jardineiro, à senhora da limpeza e aos vigilantes, e há 20 anos tínhamos 132”, quantifica.

Quanto à verba disponível para a gestão do museu durante este ano, o diretor lembra que o museu, tal como os outros monumentos dependente­s da tutela do Ministério da Cultura, não tem um orçamento próprio. “Digamos que as perspetiva­s sorridente­s que o Orçamento de Estado da Cultura mostrou para Serralves, para o CCB ou para o Museu Berardo, por exemplo, não chegam ao Museu de Arte Antiga”, afirma. “Quando a Dra. Ana Pinho em Serralves, onde o Estado apoia 36%, com quase quatro milhões de euros, que é o dobro do que custa este museu, diz, e bem, que o Estado deve apoiar mais porque com mais apoio conseguem fazer mais, pois nós também conseguíam­os fazer mais. O que é inverosími­l é o que conseguimo­s fazer sem apoio. Serralves tem 1,5 milhões de euros de apoio do Estado para aquisição de obras de arte. O Museu Nacional de Arte Antiga tem de fazer subscriçõe­s públicas se quer comprar o quadro do Sequeira ou se quer restaurar o Presépio dos Marqueses de Belas”, compara.

O DN questionou a Direção-Geral do Património Cultural, que não respondeu em tempo útil. M.M.

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