DESCENTRALIZAÇÃO
INVESTIMENTO Esta é a área nuclear da estratégia de Rui Rio, a do crescimento económico, que diz só ser possível com a conquista dos mercados externos e a aposta nas exportações. O modelo que defende não assenta, ao contrário do que foi apanágio do governo de António Costa e Mário Centeno, no consumo privado. Defende a redução das “rendas excessivas” pagas aos setores da energia e das comunicações para melhorar a competitividade das empresas exportadoras. Ganham ainda relevância os setores científico e tecnológico. Na moção não está expresso, mas Rio manifestou-se favorável à descida do IRC para fomentar a competitividade. INTERNACIONALIZAÇÃO Santana Lopes também faz sua a bandeira do crescimento económico, suportado pela internacionalização das empresas portuguesas e pelo apoio às PME. Neste campo, a moção de estratégia de Santana é muito mais detalhada. Além de dizer que o país deve crescer acima dos 3%, mais do que média europeia, defende a redução do IRC por forma a captar investimento estrangeiro e para as empresas mais exportadoras, mais inovadoras, que empregam mais pessoas e mais amigas do ambiente. A sua grande aposta passa também mais pelo apoio ao setor empresarial do que pelo crescimento sustentado pelo consumo. CENTRO Durante os debates pouco foi debatido o posicionamento ideológico do PSD, mas Rui Rio sempre se bateu pela matriz social-democrata do partido, ainda que algumas das suas ideias ao nível económico sejam mais próximas das de Pedro Passos Coelho. O candidato defende que o partido precisa de se “reencontrar consigo próprio” para se recentrar no campo político que sempre ocupou no xadrez político nacional. Rio quer um partido reposicionado no centro, do centro de direita ao centro esquerda, de orientação reformista, com inspiração na social-democracia e no pragmatismo social. PORTUGUÊS Neste campo da definição ideológica do partido, Santana diverge de Rui Rio. Talvez porque nunca abandonou o PPD/PSD, continua a afirmar que o partido vive da sua história e experiência do que de cunhos ideológicos. Destaca como marcas essenciais a capacidade reformista e a defesa da igualdade de oportunidades. E é menos apegado a um “posicionamento ideológico restrito e castrador” ou a “rótulos de centro-direita ou de centro-esquerda”. Precisamente o campo em que Rui Rio quer colocar o partido.