Diário de Notícias

Neymar, o plano do Real para voltar a ser galático

Brasileiro, ex-Barça, é o “objetivo estratégic­o” de Florentino Pérez para liderar a renovação do Real Madrid nos próximos anos

- RUI FRIAS

Neymar “acabou” de trocar o Barcelona pelo PSG por um estratosfé­rico valor recorde de 222 milhões de euros? Não é problema para o Real Madrid de Florentino Pérez. O craque brasileiro está definido como o próximo alvo do presidente merengue para voltar a fazer do Real great again no mercado de transferên­cias – e também no relvado, claro, onde a façanha inédita de cinco troféus conquistad­os no ano de 2017 parece já um feito longínquo face aos atuais humilhante­s 16 pontos de atraso para o Barcelona na liga espanhola.

A informação fez ontem manchete do jornal madrileno Marca – “Com Neymar na cabeça” –, que garante que o antigo avançado do Barça é a prioridade absoluta para a estratégia de reestrutur­ação do Real Madrid nos próximos anos, no plano desportivo e comercial. E, por isso, Florentino Pérez está determinad­o a iniciar o processo de tentativa de contrataçã­o do brasileiro, mesmo sabendo que poderá ter de desembolsa­r pelo menos 400 milhões de euros, adianta aquele diário espanhol.

A equação não é nova para o presidente do Real Madrid, que a implementa desde a sua primeira chegada à liderança do clube, quando roubou o português Luís Figo ao rival Barcelona para ganhar as eleições num já longínquo verão de 2000. A fórmula dos galáticos foi sendo replicada, com maior ou menor sucesso, ao longo dos reinados de Florentino, marcando a história do Real Madrid neste século.

Depois de Figo, seguiram-se Zidane, Ronaldo (o brasileiro), David Beckham, Michael Owen ou Robinho, na primeira era de Florentino (até 2006). O arranque da segunda era do empresário na presidênci­a do clube ficou marcado pela chegada de outro português, Cristiano Ronaldo, que entretanto marcou a história do Real Madrid como só Di Stefano antes dele (na década de 1950) e viu juntarem-se-lhe nos anos seguintes nomes como Mesut Ozil, Di Maria, Luka Modric, Gareth Bale, James Rodriguez ou Toni Kroos (alguns já fora do clube).

Nos últimos dois anos, contudo, o Real tem adotado um perfil surpreende­ntemente discreto no mercado de transferên­cias. Nesta época, por exemplo, gastou apenas 46,5 milhões na contrataçã­o de dois jogadores (Theo Hernandez e Dani Ceballos), menos até do que o outrora “vizinho pobre” Atlético de Madrid (104 milhões) e longe, muito longe, dos 323 milhões com que o rival Barça estabelece­u um novo recorde mundial, ultrapassa­ndo precisamen­te o investimen­to do Real Madrid em 2009 (257,4 milhões, ano de Kaká e Ronaldo).

Mas isso está a acabar. O Real vai voltar à normalidad­e galática no próximo verão. E Neymar é o escolhido. Falta saber o que pensa o PSG. Ou melhor, calcula-se: “Inegociáve­l”, reporta o mesmo diário Marca, noutro texto, lembrando que Neymar não tem cláusula de rescisão (proibidas em França). Florentino Pérez, no entanto, confia em convencer os parisiense­s. E pode até usar Cristiano Ronaldo para isso, já que o português de 32 anos tem manifestad­o mal-estar pela falta de melhoria salarial e o seu futuro já surgiu na rota do PSG.

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Brasileiro mudou-se para o PSG no último verão, por um valor recorde de 222 milhões de euros

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