Recordes ameaçados por Man. City, Barcelona, PSG e Bayern
Maiores diferenças pontuais de sempre para segundos classificados podem ser batidas por quarteto dominador
Com 45 pontos somados na primeira metade do campeonato, Sérgio Conceição disse que o FC Porto terá de fazer uma “segunda volta ainda melhor” para chegar ao título. A julgar pelas palavras do técnico dos dragões, pode estar em risco o recorde de 88 pontos da I Liga – com 34 jornadas e três pontos por vitória – estabelecido pelo Benfica de Rui Vitória, há dois anos. Afinal, fazer melhor na segunda volta significaria superar a fasquia dos 90 pontos, algo que nenhuma equipa conseguiu em Portugal.
Mas se pelo nosso campeonato, ao que tudo indica, apenas o recorde de pontos poderá ser batido, em várias das cinco principais ligas europeias também existe o risco de haver uma nova marca no que concerne à maior diferença pontual de sempre entre primeiro e segundo classificados (ver quadros). Marcas de Mourinho em risco Por Inglaterra, o Manchester City de Pep Guardiola já tem cavada uma diferença de 15 pontos para o Manchester United de José Mourinho, precisando de ganhar apenas mais quatro ao vizinho para atualizar uma marca que perdura há 18 anos. Em 1999-00, os red devils de Alex Ferguson totalizaram 91 pontos, mais 18 do que o Arsenal de Arsène Wenger. Mas, caso os citizens somem mais 34 pontos na derradeiras 16 jornadas – um cenário de 11 vitórias, um empate e quatro derrotas é suficiente –, superam a marca do Chelsea de 2014-15 (95), então orientado por... Mourinho.
Onde também existe uma marca do Special One em risco de extinção é em Espanha. Os cem pontos alcançados pelo Real Madrid do português em 2011-12 foram igualados na época seguinte pelo Barcelona do já falecido TitoVilanova, mas este Barça de Ernesto Valverde está empenhado em fazer melhor. 53 pontos nas 20 rondas que restam – poderá ser obtido através de 17 vitórias e dois empates, por exemplo – é o desafio dos catalães, que estão igualmente no rumo certo para construir a maior diferença pontual de sempre em La Liga para o segundo classificado. Para tal, bastará manter os 16 pontos de avanço para o Real Madrid (que tem menos um jogo), mas garantir que Atlético Madrid eValência, atualmente a nove e 11 pontos, também ficam a essa distância. Caso venha a ser uma realidade, Valverde destronará o Barça deVilanova (2012-13), que deixou o Real de Mourinho a 15 pontos. Bayern perfeito, PSG a manter Se as segundas voltas das cinco principais ligas europeias forem um espelho das primeiras, também em França vão cair recordes. O Paris Saint-Germain de Unai Emery lidera na viragem do campeonato, com 50 pontos e nove de vantagem sobre o Mónaco. Uma segunda metade igual chegaria para superar os 96 pontos – 15 vitórias e dois empates nos 19 jogos que faltam seriam suficientes – que os parisienses de Laurent Blanc estabeleceram em 2015-16, temporada em que o Lyon ficou a 31 pontos. Já superar essa diferença, a maior de sempre dos cinco principais campeonatos europeus, parece uma miragem.
Na Alemanha, se o Bayern Munique visse duplicado o número de pontos e a distância para o vice-líder Schalke 04, terminaria com 82 pontos e 22 de avanço. Só uma segunda volta perfeita – 51 pontos em 51 – faria que Jupp Heynckes superasse... Jupp Heynckes, que conduziu o Bayern em 2012-13 (91 pontos). Ligeiramente mais acessível parece ser a missão de cavar a maior diferença pontual de sempre na Bundesliga. Por enquanto, são 14 (com um jogo a mais, ontem: vitória por 3-1 no campo do Leverkusen). A fasquia é de 25 e foi traçada por... Heynckes, também há cinco anos.
Onde dificilmente cairá algum recorde é em Itália. O líder Nápoles teria de vencer todos os jogos – ou ceder, no máximo, um empate – e a Juventus somar 54 pontos em... 54 possíveis para que os 102 da vecchia signora de Antonio Conte (2013-14) deixem de ser a melhor marca não só da Série A como das principais ligas europeias. E como napolitanos e bianconeri estão separados por apenas um ponto à passagem da 20.ª jornada, cavar mais de 17 pontos é um cenário altamente improvável.