Diário de Notícias

Marta, a ucraniana de 15 anos que faz história no Open da Austrália

Ucraniana apurou-se para a terceira ronda, algo que só Martina Hingis tinha conseguido com a mesma idade. Tem como manager o treinador de Federer e já quis casar-se com Djokovic

- NUNO FERNANDES

Há mais de duas décadas que não se via nada assim. Marta Kostyuk, tenista ucraniana de apenas 15 anos, está a fazer história na Austrália e atingiu na madrugada de ontem a terceira ronda do primeiro Grand Slam da temporada. A última jogadora a fazê-lo tão nova em Melbourne foi Martina Hingis (1996) e a chegar tão longe num major com a mesma idade, depois disso só Mirjana Lucic-Baroni (Open dos EUA em 1997).

Marta Kostyuk (521.ª da hierarquia mundial) entrou no quadro principal através do qualifying e despachou na primeira ronda a chinesa Shuai Peng, n.º 27 do mundo, com um duplo 6-2. Na madrugada de ontem, diante de Olivia Rogowska, não se atemorizou e bateu a australian­a pelos parciais de 6-3 e 7-5, tornando-se de imediato a grande sensação do Grand Slam que se realiza em Melbourne.

“A idade não significa nada para mim. Ser jovem até pode representa­r uma oportunida­de, as tenistas mais velhas ficam surpreendi­das com o meu nível. Não penso nos recordes que estou a bater, apenas tento manter-me tranquila e tento aprender sempre com os meus erros”, disse Marta, que tem como manager Ivan Ljubicic, treinador de Roger Federer, e que cresceu no seio de uma família muito ligada ao ténis – o pai, a mãe e um tio dedicam-se à formação e a mãe (Tania Beiko) chegou a jogar a nível profission­al – alcançou o 391 posto do ranking.

Marta, nascida em Kiev, começou a jogar ténis com 5 anos na academia de Antey, juntando o útil ao agradável. “A minha mãe trabalhava imenso como treinadora e na primeira vez que fui treinar pensei que se começasse a fazê-lo a sério poderia passar mais tempo junto dela. E foi essa a minha motivação na altura: jogando ténis estava mais tempo com a minha mãe”, contou a ucraniana, que venceu o seu primeiro grande torneio o ano passando, conquistan­do o título feminino de juniores do Open da Austrália.

Marta, que na próxima ronda vai defrontar a compatriot­a Elina Svitolina, 4.ª predesigna­da do torneio australian­o, está a viver um autêntico conto de fadas, ela que há dois anos, numa declaração inocente, própria da idade, chegou a admitir que queria casar com Novak Djokovic. “Acho que ele soube disso porque saiu num jornal sérvio: ‘tenista ucraniana quer casar-se com Novak.’ Temos 15 anos de diferença, mas os meus pais têm 18. Mas deixei de querer casar com ele quando fiz 13 anos”, brincou Marta.

Com o feito alcançado no Open da Austrália (chegar à terceira ronda), a tenista ucraniana já arrecadou um prémio de cerca de 100 mil euros. “Ainda não pensei o que vou fazer ao dinheiro. Talvez um investimen­to, quem sabe. Ou então guardar o dinheiro para não o gastar. Talvez compre alguns presentes para os meus familiares e para mim”, referiu. Cilic elimina João Sousa A segunda ronda do Open da Austrália marcou a eliminação de João Sousa, que perdeu por por 6-1, 7-5 e 6-2 com Marin Cilic. O croata, sexto cabeça-de-série, impôs-se ao número um nacional e 70.º do ranking em 01.47 horas, no quarto embate entre ambos, depois dos triunfos de Cilic por 2-0 nos Masters 1000 de Madrid (2014) e Cincinnati (2015) e no torneio de Pequim em 2014. O tenista vimaranens­e não conseguiu assim igualar as suas melhores participaç­ões na Austrália – em 2015 e 2016 chegou à terceira ronda do torneio.

Já Rafael Nadal, campeão em 2009 e líder do ranking, somou a segunda vitória por 3-0 no torneio, ao vencer o argentino Leonardo Mayer, 52.º do mundo, por 6-3, 6-4 e 7-6 (7-4). Na próxima ronda, Nadal vai defrontar o bósnio Damir Dzumhur, 28.º cabeça-de-série, que eliminou o australian­o John Millman.

Tarefa mais complicada teve o búlgaro Grigor Dimitrov, terceiro predesigna­do e semifinali­sta em 2017, que precisou de cinco sets para afastar o norte-americano Mackenzie McDonald, 178.º do mundo, por 4-6, 6-2, 6-4, 0-6 e 8-6, em 03.25 horas.

Na terceira ronda está igualmente o australian­o Nick Kyrgios, 17.º predesigna­do, que continua em prova, apesar de se ter queixado muito do ruído do microfone do árbitro, assim como o francês JoWilfred Tsonga, 15.º, que ultrapasso­u uma maratona de 03.37 horas frente ao canadiano Denis Shapovalov.

Os dois finalistas do Estoril Open também seguiram em frente, com o espanhol Pablo Carreno-Busta, 10.º cabeça-de-série, a beneficiar da desistênci­a do francês Gilles Simon no segundo set, enquanto o luxemburgu­ês Gilles Muller, 23.º, afastou com dificuldad­es o tunisino Malek Jaziri pelos parciais de 7-5, 6-4, 6-7 (5), 3-6 e 6-1, numa partida que demorou 4 horas.

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Marta vai medir forças na terceira ronda do Open australian­o com a compatriot­a Elina Svitolina

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