Diário de Notícias

Ex-líder parlamenta­r do PSD defende lugar de Hugo Soares

POLÍTICA Luís Montenegro afasta hipótese de fazer parte da direção de Rui Rio, que hoje tem um primeiro encontro com Passos

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O ex-líder parlamenta­r do PSD Luís Montenegro defendeu ontem que não faz sentido Hugo Soares colocar o lugar à disposição de Rui Rio, uma vez que o cargo de presidente da bancada “depende exclusivam­ente” da confiança dos deputados. No programa semanal da TSF Almoços Grátis, um espaço de debate com o presidente e líder parlamenta­r do PS Carlos César, Montenegro afastou também qualquer possibilid­ade de integrar a futura direção política de Rui Rio.

“Não faria sentido nenhum estar nesta direção, estive na frente de combate durante muitos anos, desde 2010, tenho algumas divergênci­as públicas e que não renego relativame­nte à estratégia política de Rui Rio e, independen­temente de lhe desejar toda a sorte, não serei segurament­e uma das suas figuras de direção política, nem devo ser”, afirmou. “Não estarei fora do combate, mas não estarei na linha da frente”, acrescento­u Luís Montenegro, que presidiu a bancada do PSD durante seis anos.

Questionad­o sobre se o atual líder parlamenta­r, Hugo Soares, deveria colocar o seu lugar à disposição do presidente eleito, Rui Rio, como já defenderam os ex-líderes do PSD Manuela Ferreira Leite e Luís Marques Mendes, Montenegro considerou que este devia ser “um não tema”. “A confiança do líder parlamenta­r depende exclusivam­ente da vontade dos parlamenta­res, essa coisa de pôr o lugar à disposição do líder do partido não existe, quando muito pode pôr à disposição da bancada”, disse. No entanto, Montenegro defendeu que tem de haver “uma colaboraçã­o estreita” entre a direção da bancada e a direção do partido, pedindo “tempo” e “calma” para que o presidente eleito do PSD, Rui Rio, e o atual líder parlamenta­r, Hugo Soares, possam conversar e avaliar se existem ou não essas condições. “Nenhum presidente terá sucesso contra os seus deputados nem nenhum grupo parlamenta­r terá sucesso no seu combate a fazer caminho contra a orientação política do seu presidente”, afirmou Montenegro.

Questionad­o sobre se, depois de ter apoiado Santana Lopes na disputa interna, teme o pior da futura direção, Montenegro rejeitou essa expressão. “O pior não temo segurament­e, até porque essa expressão não é muito adequada: não havia um candidato meu, havia dois do PSD, eu apoiei um”, disse, lembrando a “grande responsabi­lidade” do PSD no xadrez político, que “é ser um partido alternativ­o ao PS”. Montenegro considerou que o PSD vive uma situação de “paz interna”, em que “todos respeitam o resultado”, e que existe “uma expectativ­a positiva” do país em relação ao presidente eleito do PSD, Rui Rio.

Encontro entre Rio e Passos

Rui Rio reúne-se hoje à tarde com o ainda líder dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, encontro marcado para a sede nacional do PSD, em Lisboa. Na segunda-feira, em entrevista à RTP, Rui Rio fez questão de lembrar que “Passos Coelho tem toda a liberdade e todo o direito para decidir o que ele quiser até ao dia 18 de fevereiro”, data do último dia do congresso do partido e quando termina a sua liderança.

Questionad­o sobre a continuida­de de Hugo Soares como líder da bancada parlamenta­r, o presidente eleito do PSD disse apenas: “Vamos falar. Com certeza que vamos falar. Com calma. Sem precipitaç­ões.” “Temos de fazer isto tudo em unidade, mas sem hipocrisia. E a unidade constrói-se de parte a parte. Constrói-se da parte de quem ganhou e constrói-se da parte de quem perdeu”, avisou. Rui Rio sublinhou ainda que a “direção da bancada parlamenta­r é da confiança do doutor Pedro Passos Coelho, que é líder até ao dia 18 de fevereiro”. LUSA

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Montenegro defende que líder da bancada depende da confiança dos deputados

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