Mais área ardida e pessoas expostas a ruído
TENDÊNCIAS Relatório do Estado do Ambiente Portugal 2017 é apresentado hoje pelo secretário de Estado Carlos Martins
Boa qualidade da água para consumo humano – “99% de água segura na torneira do consumidor” – e das águas balneares monitorizadas; diminuição na importação energética e crescimento da produção doméstica, com destaque para as renováveis, e ainda crescimento na utilização dos transportes públicos coletivos. Eis algumas das tendências positivas que constam no Relatório do Estado do Ambiente Portugal 2017, elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que é hoje apresentado pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.
Mas nem tudo são rosas. O número de pessoas expostas ao ruído noturno em níveis prejudiciais à saúde, por exemplo, aumentou, a agricultura falhou as metas de redução de gases com efeito de estufa e os incêndios florestais, que em 2017 geraram mais 437% de área ardida em relação à década anterior, são a nota mais dissonante no panorama ambiental nacional.
No setor da energia e do clima, há registar uma diminuição de 4% da importação de energia em 2016, face ao ano anterior, enquanto na produção doméstica houve um aumento de 12,7%, mantendo-se assim a tendência dos últimos anos. A dependência energética do exterior voltou a diminuir e situa-se agora nos 74,8% – era de 88% em 2005. Nas renováveis, a taxa de produção de energia elétrica foi de 54,1%, confirmando a tendência ascendente da última década. Em 2015, o ano mais recente disponível no Eurostat, as renováveis no setor da eletricidade representaram uma taxa de 52,6%, a terceira taxa mais alta da União Europeia.
Nos transportes, um dos que representa maior consumo de energia – 36,5% do total da energia primária em 2015 –, aumentou o número de passageiros nos transportes públicos: mais 5,3% no metro, mais 2,7% no comboio e mais 2,2% na via fluvial. Mas o parque de veículos automóveis particulares também aumentou em 2,1%, em relação ao ano anterior, mantendo-se assim uma tendência que se prolonga há quatro anos.