Diário de Notícias

Donald Trump e a mayor de San Juan

- Nasty mayor mayor, T-shirt nasty.

cresceu 24% ou 294 milhões no mesmo período.

O estado está também a receber mais pessoas extremamen­te doentes vindas de Porto Rico. Keyshla Betancourt Irizarry, de 22 anos, veio para a Florida em outubro num voo humanitári­o com a mãe e o irmão. Sofrendo do linfoma de Hodgkin, Betancourt estava a piorar rapidament­e numa ilha onde o sistema de saúde está em farrapos.

A viver agora em Orlando, ela está no plano do Medicaid da Florida, que paga os seus tratamento­s de radioterap­ia. A família não tenciona voltar ao território. “Não consigo ter a melhor ajuda médica em Porto Rico e a situação ficou ainda pior após o furacão Maria”, diz Betancourt.

Os pacientes do Medicaid custam ao governo federal mais no continente do que em Porto Rico, por causa dos recursos financeiro­s do Medicaid estabeleci­dos por Washington para os seus território­s. Tais custos só irão crescer se o Congresso não conseguir estabiliza­r Porto Rico, afirmou Juan Hernandez Mayoral, antigo diretor da Administra­ção de Assuntos Federais de Porto Rico, que representa o território em Washington.

“Podes pagar por ele nos 50 estados ou pagar muito menos em Porto Rico”, declara Hernandez. “O furação acelerou a migração.” › Basta recuar até ao final da semana passada para nos cruzarmo-nos com o mais recente ataque de Carmen Yulín Cruz, a de San Juan, ao comportame­nto de Donald Trump. “Não, Trump, não somos preguiçoso­s ou ingratos. Enquanto joga golfe, nós tentamos sobreviver apesar dos seus esforços para nos deitar abaixo nós vamos levantarmo-nos”, tuitou a autarca em reação às alegadas declaraçõe­s do presidente dos EUA sobre imigrantes vindos de “países de merda”. A autarca foi mais longe escrevendo na última sexta-feira que “apenas alguém incapaz de liderar destrói e divide, em vez de construir e unir”. O confronto entre os dois começou quando Cruz criticou a primeira reação de Trump ao furacão Maria. Mais tarde, Trump usou a palavra (desagradáv­el) para falar sobre a ao que ela respondeu usando na televisão uma com a palavra

A zona centro da Florida foi uma das regiões de cresciment­o mais rápida no país mesmo antes dos desastres, que levou a que os porto-riquenhos fugissem de uma economia em implosão para cá, para trabalhare­m numa indústria turística em expansão. Estima-se que cerca de 360 mil se instalaram na região, a maior concentraç­ão de porto-riquenhos na Florida.

O Distrito Escolar do Condado de Osceola matriculou milhares de novos estudantes nos últimos anos, incluindo cerca de 2700 apenas em 2015-2016. Para recebê-los, o distrito contratou mais professore­s bilingues, transformo­u gabinetes em salas de aula, adicionou unidades portáteis e construiu uma nova escola secundária. Em 2016, os eleitores aprovaram mais um imposto de vendas de meio cêntimo para conseguir mais fundos.

O furacão Maria agravou a urgência. “Temos estudantes sem roupas ou registos. Alguns estão a exibir sintomas de stress pós-traumático”, declarou Kelvin Soto, um membro da direção de uma escola do condado de Osceola. “Estamos a lidar bem com a situação, mas está a esvaziar os nossos recursos.”

A chegadas mais recentes incluem Felix Martell e a sua filha de 5 anos Eliany, que se instalaram em Ocala, Florida, 129 quilómetro­s a noroeste de Orlando. Martell é o único cuidador da criança, após a sua mulher ter morrido há dois anos. Ele estava preocupado que a educação de Eliany sofresse em Porto Rico devido a longo encerramen­to escolar após o Maria.

Pai e filha estão agora a viver num hotel degradado pago pela Agência Federal de Gestão de Emergência­s. Martell ainda tem de encontrar um emprego. Mesmo assim, ele diz que não há volta a dar. “A menina aprendeu mais em três semanas de escola aqui do que num semestre inteiro na ilha”, diz ele. “Estou concentrad­o no futuro dela.”

Uma escassez de habitações a preços acessíveis está a afetar os emigrantes porto-riquenhos. O Community Hope Center, uma organizaçã­o sem fins lucrativos em Kissimmee, a sul de Orlando, tem sido inundada com pedidos de abrigo, de acordo com a reverendo Mary Downey, a diretora executiva. “As pessoas estão a ligar-nos a dizer, ‘agora somo sem-abrigo’”, conta Downey. “É terrível. Simplesmen­te não há casas para satisfazer as necessidad­es.”

O alojamento na zona central da Florida é uma pechincha comparado com locais como Nova Iorque ou São Francisco, mas está para além das capacidade­s de muitos recém-chegados, sem poupanças ou emprego. Casas abaixo dos 200 mil dólares vendem-se depressa e o arrendamen­to na área de Orlando está a crescer mais depressa do que a média nacional. As autoridade­s locais dizem que a situação poderá piorar à medida que as famílias que estão a duplicar ou triplicar procurarem as suas próprias casas.

Deborah Oquendo Fuentes, de 43 anos, e a sua bebé de 11 meses, Genesis Rivera, partilham um quarto pago pela FEMA em Orlando desde de fugiram de Porto Rico em outubro. Oquendo, que encontrou um emprego em part-time que paga o salário mínimo, teme que fiquem sem teto quando o apoio acabar este mês.

“Não tenho dinheiro suficiente para me mudar para outro sítio”, desabafa Oquendo. “Sinto-me sozinha e tenho medo.” Jornalista­s da Reuters

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