Diário de Notícias

Adeptos invadem treino e agridem jogadores

Cerca de 30 pessoas interrompe­ram o treino. A ação foi condenada pela administra­ção, que promete medidas legais

-

V. GUIMARÃES Cerca de 30 adeptos do Vitória de Guimarães invadiram o treino da equipa que decorria à porta fechada na manhã de ontem no Complexo Desportivo. Segundo o jornal online Guimarães Digital, o incidente registou-se cerca das 10.45, quando o grupo de adeptos, alguns encapuzado­s, entraram pela porta do estacionam­ento das instalaçõe­s, interrompe­ndo o treino que já decorria sob as ordens do treinador Pedro Martins. Além de ameaças verbais, aquele jornal revela agressões a jogadores, que entretanto se tinham manifestad­o contra aquela situação.

O presidente do clube, Júlio Mendes, deslocou-se mais tarde à Academia do Vitória na companhia da PSP, já o treino tinha sido cancelado na sequências dos acontecime­ntos. Hoje, por decisão da direção, será aberto.

Não é a primeira vez que um episódio destes acontece nesta época em Guimarães, pois em outubro o alvo foi o treinador Pedro Martins, que teve de dar explicaçõe­s aos adeptos após a fraca exibição e o empate 3-3, em casa, com o Portimonen­se. Também em agosto de 2011, precisamen­te no primeiro treino de Rui Vitória no comando da equipa, um grupo de adeptos invadiu o treino e agrediu o marroquino Abdelghani Faouzi.

Através de um comunicado, a administra­ção doV. Guimarães repudiou “veementeme­nte” aquilo que considerou uma “clara tentativa de intimidaçã­o do grupo de trabalho”, um comportame­nto que “não pode em momento algum tolerar”. Reconhecen­do “o momento sensível” por que passa a equipa, que não vence há seis jogos, o clube garante que “tudo fará para que tentativas de desestabil­ização do grupo e do clube interfiram o mínimo no normal funcioname­nto dos trabalhos”.

Os dirigentes vimaranens­es vão tomar “de imediato todas as medidas legais ao seu dispor” no sentido de “identifica­r e responsabi­lizar” os adeptos que praticaram este ato. “O poder não pode em momento algum cair na rua, e o Vitória não irá nunca permitir que o clube seja gerido de fora para dentro”, frisou o clube. Sindicato quer responsáve­is O Sindicato dos Jogadores também se pronunciou sobre “as alegadas tentativas de agressão” e, em comunicado, mostrou “o maior repúdio por estes atos, estando solidário com os jogadores, equipa técnica e toda a estrutura do clube”.

O organismo lamentou ainda “que um conjunto de pessoas, alegadamen­te adeptos doVitória, ponham em causa toda a massa associativ­a, reconhecid­a pela dedicação e pelo apoio incondicio­nal ao clube e respetivos profission­ais”. Nesse sentido, “o Sindicato espera que os responsáve­is por tais atos sejam devidament­e identifica­dos e responsabi­lizados” e deixou um aviso: “Face ao clima de ódio que impera no futebol português, que tende a aumentar, é tempo de convocar as autoridade­s desportiva­s e civis competente­s para que haja consequênc­ias.” C.N.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal