Rosemarie Aquilina, a Barracuda que condenou Nassar
Juíza de 59 anos ficou conhecida em 2013 quando decidiu que a insolvência de Detroit era inconstitucional
“Acabei de assinar a sua sentença de morte.” É a frase do momento nos Estados Unidos. Foi proferida na última quarta-feira por Rosemarie Aquilina, a juíza de 59 anos que condenou Larry Nassar pelo abuso sexual a mais de 150 jovens.
E quem é esta juíza? Chegou a Detroit, nos Estados Unidos, ainda bebé, filha de pai maltês e mãe alemã, e tirou primeiro uma licenciatura em Jornalismo e Inglês, seguindo-se depois uma em Direito. Exerceu apenas advocacia, durante dez anos, altura também em que foi mãe pela primeira vez (tem agora cinco filhos). Cansada do trabalho de escritório, entendeu enveredar por outro caminho em 1984, quando tomou a decisão de entrar para o exército norte-americano. Decisão essa que acabou por determinar o fim do seu primeiro casamento – é divorciada pela segunda vez.
Foi no exército também, concretamente em 1986, que se tornou na primeira mulher juíza na Guarda Militar do Michigan, onde também ganhou a alcunha de Barracuda. Descrita como “feroz e lutadora”, e sem aceitar “um não como resposta”, Rosemarie é também escritora, tendo já publicado dois romances policiais, Feel no Evil e Triple Cross Killer – um outro estará nas bancas muito brevemente –, além de lecionar em duas universidades do Michigan.
Foi já há 32 anos que se tornou a primeira mulher juiz na Guarda Militar do estado que acolheu como casa, mas Rosemarie Aquilina ficou verdadeiramente conhecida em todos os Estados Unidos apenas há cinco anos, em 2013. Foi nesse ano que decidiu que a insolvência do estado de Detroit era inconstitucional, tendo mesmo escrito, na altura, ao presidente Barack Obama.
Agora caiu ainda mais nas graças dos norte-americanos, sobretudo devido ao seu discurso duro e frio para com Larry Nassar. Colocou-se do lado das mais de 150 jovens que foram abusadas pelo antigo médico da seleção de ginástica dos EUA e fechou o julgamento com a tal frase: “Acabei de assinar a sua sentença de morte. Você não merece voltar a sair de uma prisão.”