Diário de Notícias

Inspeções crescem 200% mas casos de poluição grave no Tejo continuam

Inspetores estiveram em duas ETAR nas zonas próximas de Abrantes onde apareceu mancha de poluição. Mais empresas e operadores vão ser fiscalizad­os nos próximos dias. No ano passado, houve 99 infrações no Tejo

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Populares estão preocupado­s com a qualidade da água do Tejo, junto à cidade de Abrantes

ANA BELA FERREIRA Ródão que isto acontece”, indicou, à Lusa, Arlindo Marques, dirigente do proTEJO, acrescenta­ndo que “a origem da poluição não está em Espanha”, mas nas fábricas instaladas naquela localidade do distrito de Castelo Branco. “Fui com os pescadores a montante de Vila Velha de Ródão e não há lá poluição, a água está transparen­te”, garantiu.

A Câmara Municipal de Abrantes divulgou um comunicado em que refere estar a acompanhar “com preocupaçã­o e indignação a situação de extrema poluição verificada nas últimas horas no rio Tejo, no território do concelho de Abrantes”. Descrevend­o a situação como “assustador­a e inqualific­ável”, a autarquia assegura que tem feito tudo para acabar com esta poluição, que rejeita.

Antes da chegada da IGAMAOT ao terreno, já a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tinha estado na quarta-feira a recolher amostras da água e da espuma, para identifica­r os poluentes em causa. Os resultados só devem ser conhecidos na próxima semana.

Para Carla Graça, a inspeção e a fiscalizaç­ão têm tido “resultados práticos praticamen­te nulos”, defendendo, por isso, que se impeçam as licenças para descargas elevadas e facilitar a obtenção de provas. A ambientali­sta fala, por exemplo, da licença especial dada a uma empresa que aumentou a capacidade de produção. “Mediante promessa que ia entrar em funcioname­nto uma ETAR, a administra­ção pública e a APA emitiram licença para essas descargas, que é basicament­e uma licença para poluir”, critica.

A atividade de fiscalizaç­ão e inspeção na bacia hidrográfi­ca do Tejo cresceu 222% no último ano. Passou de 248 ações, em 2016, levadas a cabo por APA, CCDR (Comissão de Coordenaçã­o e Desenvolvi­mento Regional) e IGAMAOT, para 800, no ano passado. No mesmo sentido aumentaram também as infrações detetadas. Foram enviados 99 autos de notícia, ou seja, notificaçõ­es de infrações encontrada­s às empresas ou entidades responsáve­is por poluição fora dos limites legais. Em 2016, foram enviados 66. Destes, não foi possível saber quantos resultaram em multas efetivas e quais os montantes.

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