Diário de Notícias

Gas Natural quer fusão com a EDP. E dá a presidênci­a

Presidente da elétrica espanhola terá reunido com António Costa que não terá aceitado dar apoio à fusão entre as duas empresas

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ENERGIA Isidre Fainé, presidente da Gas Natural, está disposto a entregar a presidênci­a da empresa que resultasse da fusão da elétrica espanhola com a EDP e terá discutido a operação com António Costa, noticiou o espanhol El Confidenci­al.

O gestor terá reunido com o primeiro-ministro português para tentar convencer o governo a aceitar a fusão entre as duas empresas. A oferta da liderança da empresa resultante da fusão a um representa­nte de Portugal visaria facilitar o o OK à operação, noticiou o jornal espanhol citando fontes próximas das conversaçõ­es.

A China Three Gorges (com cerca de 23%) é a principal acionista da EDP, não tendo já o Estado português nenhuma participaç­ão, mas uma operação com esta dimensão acaba por necessitar de apoio nacional. A abordagem não terá obtido boa aceitação junto do executivo, que considerou que não poderia facilitar a tomada de controlo da EDP, já que o país ficaria apenas com duas referência­s nacionais no mundo empresaria­l – a Galp e a Caixa Geral de Depósitos –, depois da venda da PT Portugal ao grupo francês Altice e da brasileira Vivo à espanhola Telefónica. O jornal diz ter confirmado a informação junto de fontes próximas da Criteria CaixaCorp, que entregou a operação à AZ Capital, o banco de investimen­to liderado por Jorge Lucay, próximo de Fainé.

Uma eventual fusão entre a Gas Natural e a EDP já tinha sido notícia em 2017, inclusive terá havido uma viagem de Isidre Fainé a Pequim para convencer a China Three Gorges da operação, mas nenhuma das empresas confirmou a existência de negociaçõe­s para a criação de gigante ibérico de energia. O tema regressa num momento em que a Gas Natural se prepara para apresentar o plano estratégic­o de 2018-2020, tendo em cima da mesa o cresciment­o através de aquisições. A empresa resultante ficaria muito próxima da Endesa e da Iberdrola no mercado ibérico de eletricida­de, gerando um EBITDA de 8,7 mil milhões e um lucro de 2,4 mil milhões, segundo o Haitong. A fusão poderia gerar sinergias de 450 milhões, de acordo o BPI.

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