Diário de Notícias

Bankinter quer gerar 10% do negócio no mercado português

A presidente executiva do banco espanhol diz que Portugal “está na moda” e que a eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo é um “reconhecim­ento” para o país

- RUI BARROSO, em Madrid

A atividade do Bankinter em Portugal impediu um cresciment­o maior dos lucros do banco espanhol. Ainda assim, o grupo liderado por María Dolores Dancausa apresentou ontem resultados que diz serem recorde. E a presidente executiva do banco mostrou-se satisfeita com o desenvolvi­mento da operação em Portugal. O objetivo é que nos próximos dois anos a atividade no mercado português represente 10% dos resultados; em 2017, esse peso foi de 7%.

“Portugal está na moda e estamos orgulhosos de tudo o que tem conseguido”, disse a presidente executiva do Bankinter, num encontro com jornalista­s, em Madrid. Defende que a eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo é um “prémio” e um “reconhecim­ento” para Portugal. Em relação à importânci­a da ope- ração portuguesa para o grupo em 2017, María Dolores Dan- causa considera que “foi fun- damental”. Destacou o cresciment­o na concessão de crédito e mostrou-se satisfeita com o processo de integração.

O diretor-geral do Bankinter para Portugal, Alberto Ramos, detalhou os valores. No ano passado, o banco concedeu 448 milhões de euros em crédito à habitação. Nos últimos nove meses de 2016, esse montante foi de 160 milhões de euros. O banco espanhol ficou, a partir de abril de 2016, com o negócio de retalho do Barclays em Portugal, uma transação no valor de 86 milhões de euros. Além do reforço do crédito à habitação, o banco tem aumentado também os empréstimo­s às empresas, que cresceram 21% em 2017. Bankinter descarta compras em Portugal O banco teve um lucro de 22,9 milhões em Portugal. O resultado antes de impostos foi de 31,4 milhões de euros; em 2016, em termos anualizado­s, esse valor foi de 10,3 milhões, segundo Alberto Ramos. Foram captados 17 mil novos clientes, com o número total a ser 155 mil. Portugal pesa 7% no total das receitas do Bankinter. A meta é que até 2019 essa proporção seja de 10%, segundo María Dolores Dancausa. Alberto Ramos não exclui que a importânci­a no grupo seja ainda maior, salientand­o que os 10% são “o patamar mínimo”.

No total, o grupo Bankinter teve um lucro de 495,2 milhões de euros, uma subida de 1% face a 2016. Mas excluindo a operação em Portugal o aumento teria sido maior, com uma subida de 20,2%, para 472,3 milhões de euros.

Apesar da aposta em Portugal e de considerar a evolução da economia nacional como positiva para o banco, o Bankinter não planeia fazer mais compras. “Não estamos interessad­os em comprar nada em Portugal”, incluindo as operações do Deutsche Bank, garantiu María Dolores Dancausa. Também o número de balcões não deverá crescer.

O banco tem cerca de 80 agências e Alberto Ramos revela: “Não estamos a pensar fazer alterações.” Considera que o banco tem “uma presença adequada” no país e que o cresciment­o será assegurado através de canais digitais. O jornalista viajou a convite do Bankinter

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Maria Dolores Dancausa não prevê mais compras no mercado português

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