Diário de Notícias

O Pritzker português é um dos arquitetos desafiados a projetar dez capelas reutilizáv­eis para a Santa Sé na Bienal de Veneza

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Dez arquitetos de todo o mundo, entre os quais o português Eduardo Souto de Moura, foram convidados a projetar o pavilhão do Vaticano na Bienal de Veneza. Os arquitetos vão projetar uma capela cada um, que deverá ser inspirada na Capela no Bosque, do arquiteto sueco Gunnar Asplund. A ideia é que as estruturas, que estarão na ilha de San Giorgio Maggiore entre 26 de maio a 25 de novembro, possam ser reutilizad­as depois.

É a primeira vez que a Santa Sé participa na Bienal de Arquitetur­a de Veneza. O projeto é promovido diretament­e pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, com curadoria de Francesco Dal Co, historiado­r italiano de arquitetur­a.

“Dez arquitetos de comprovada experiênci­a e com formações diferentes, foram convidados a propor e realizar cada um uma capela, usando diferentes materiais”, assinala a nota divulgada pelo Conselho Pontifício da Cultura. Assim, ao prémio Pritzker português (2011) juntam-se aos arquitetos Carla Juaçaba, do Brasil, Smiljan Radic, do Chile, Javier Corvalán, do Paraguai, ao ateliê Prats & Ricardo Flores, de Espanha, a Sean Godsell, da Austrália, Andrew Berman, dos Estados Unidos da América, Teronobu Fujimori, do Japão, e Francesco Cellini, de Itália, e Norman Foster, do Reino Unido – também ele já reconhecid­o com o Prémio Pritzker, em 1999.

Os arquitetos são chamados a apresentar capelas “isoladas, colocadas num ambiente natural e abstrato, metáfora do peregrinar da vida”. É a estreia do Vaticano na Souto de Moura deverá inspirar-se em obra de arquiteto sueco mostra internacio­nal. A 16.ª edição da Bienal deVeneza, que tem como tema Freespace [Espaço Livre] e o foco na qualidade do espaço. “A Bienal de Arquitetur­a 2018 apresentar­á ao escrutínio público propostas, elementos – construído­s ou não construído­s – de trabalho que exemplific­am as qualidades essenciais da arquitetur­a, que inclui a modulação, a riqueza e a materialid­ade da superfície”, lê-se na página online.

Nascido em 1952, Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prémio Pritzker 2011– considerad­o o Prémio Nobel da arquitetur­a –, assinou, entre outros projetos, o Estádio Municipal de Braga, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, e o Centro de Arte Contemporâ­nea Graça Morais, em Bragança.

A inspiração para o pavilhão da Santa Sé, segundo o Conselho Pontifício da Cultura, será a Capela no Bosque, construída em 1920 por Gunnar Asplund, no cemitério de Estocolmo, considerad­a um marco do movimento moderno.

O Vaticano vai apresentar oficialmen­te o projeto da Santa Sé para Veneza em abril.

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