José Mourinho renova até 2020 e está pronto a bater recorde de permanência

Português nunca esteve quatro anos consecutivos num único clube. Esse é o desafio a que se propôs no documento assinado ontem

BRUNO PIRES José Mourinho prolongou ontem o contrato que tinha em vigor com o Manchester United e cuja validade expirava em 2019. O treinador português renovou com os red devils até 2020, podendo as partes, estando ambas de acordo, acionar uma opção que permite estender por mais um ano, ou seja, até 2021.

Quer isto dizer que, para além do Manchester United estar agradado com o trabalho do treinador português e de este ver o emblema britânico como um projeto para o futuro, há um sinal interessante; se José Mourinho cumprir o seu novo contrato vai estabelecer um recorde de permanência num clube. O máximo que esteve ao serviço do mesmo emblema foi quando pegou no Chelsea, proveniente do FC Porto, em 2004, tendo permanecido em Stamford Bridge durante três anos e três meses. O segundo sítio onde esteve mais tempo foi no Real Madrid – três épocas.

“Estávamos a pensar em três anos, mas tomámos agora a decisão de deixar claro para toda a gente que não são três anos, são quatro ou cinco e, quem sabe, se não fico mais tempo”, atirou José Mourinho. O vice-presidente Ed Woodward também manifestou o seu contentamento pelo acordo alcançado: “Já alcançou muito no Manchester United e fiquei contente por ter concordado em alargar a ligação até 2020. O nível de trabalho dele e o profissionalismo são excecionais e abraçou o desejo do clube em promover jovens de qualidade à primeira equipa.”

A esta declaração de confiança, Mourinho mostrou gratidão: “Agradeço aos donos e ao Sr. Woodward pelo reconhecimento do meu trabalho e dedicação. Estou encantado que eles sintam e confiem que sou o treinador certo para este grande clube. Não ser campeão em dois anos Em todos os clubes por onde passou, José Mourinho foi campeão nacional pelo menos uma vez nos primeiros dois anos de contrato, mas em Manchester a situação neste capítulo parece algo complicada. Na primeira temporada em Old Trafford preencheu a vitrina com três troféus – Liga Europa, Supertaça de Inglaterra e Taça da Liga. Porém, no campeonato ficou-se pela sexta posição tendo terminado a prova com menos... 24 pontos do que o campeão Chelsea.

Na atual temporada fez o pleno de vitórias na fase de grupos da Liga dos Campeões e ainda está na Taça de Inglaterra. Na Taça da Liga foi eliminado pelo Bristol City e no

Ed Woodward e José Mourinho selam a renovação do contrato campeonato o Manchester United é vice-líder, mas com 12 pontos a menos do que o rival citadino, o Manchester City de Pep Guardiola, por isso é pouco crível que consiga o título inglês esta temporada. A menos que protagonize uma recuperação espantosa, esta será uma sensação nova que José Mourinho dispensaria.

Assumindo que não consegue terminar a Premier League no topo da tabela, o português tem sempre o exemplo de Sir Alex Ferguson que só à sétima temporada como treinador do Manchester United obteve o tão ambicionado título e isso não o impediu de estar 26 épocas no comando dos red devils e de, entre outras coisas, ter vencido 13 campeonatos e duas Ligas dos Campeões.

Aliás, o último título da Premier League conquistado pelo Manchester United foi na época 2012-2013, que coincidiu com o adeus de Ferguson aos bancos. Sucederam-se o escocês David Moyes e o holandês Louis van Gaal e agora José Mourinho, mas o título inglês não voltou a ser festejado em Old Trafford apesar dos quase 400 milhões de euros gastos em reforços na era José Mourinho. Por falar em milhões, o português pode estrear esta noite diante do modesto Yeovil, em jogo da Taça de Inglaterra, o chileno Alexi Sánchez.