Diário de Notícias

Número de envios para o estrangeir­o caiu para metade

Maior capacidade de resposta do SNS justifica diminuição. Mais de quatro mil autorizaçõ­es para doentes dos PALOP em dois anos

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O número de autorizaçõ­es para doentes portuguese­s serem tratados no estrangeir­o, por falta de resposta no Serviço Nacional de Saúde, caiu para menos de metade numa década. Dados adiantados ao DN pela Direção-Geral da Saúde mostram que no total dos últimos dois anos foram autorizado­s 877 pedidos de assistênci­a médica no estrangeir­o, quando em 2008 esse número era de 1358, e em 2010 ainda maior (1506 autorizaçõ­es). O aumento da capacidade de resposta do SNS justifica esta diminuição.

A oncologia oftálmica era uma das áreas em que os doentes nacionais tinham sistematic­amente de ser tratados fora do país e onde agora a maioria dos casos ficam em Portugal, explica o diretor do Departamen­to da Qualidade na Saúde, que aponta ainda dois exemplos que farão baixar as assistênci­as médicas no estrangeir­o a curto prazo. “Estamos convictos de que, com a criação de um centro nacional de cirurgia fetal ainda em 2018, cujo número de situações é, em média, de cerca de 20 casos por ano, e com a criação de centros nacionais de tromboenda­rterectomi­a (cerca de dez casos por ano), o número de autorizaçõ­es irá decrescer mais, salvo se forem criadas novas indicações terapêutic­as e novas tecnologia­s que não existam em Portugal.”

Mudanças com impacto na vida dos doentes mas que também permitem poupanças ao Estado. Isto porque quando o Serviço Nacional de Saúde não tem condições técnicas ou tecnológic­as para prestar cuidados de saúde a um determinad­o doente, propõe a sua ida para o estrangeir­o e assegura os custos integrais em qualquer parte do mundo. Uma situação que, além da transfusão feto-fetal e da hipertensã­o pulmonar tromboembó­lica, ainda acontece com o glaucoma na infância. “Agora, há uma questão que é importante: em 40% das autoriza-

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