“No caso dos hospitais, se nós acreditarmos por serviço, criamos um movimento que é o ‘tu estás, eu também queria estar’”
Sim, com o Estado espanhol. Estamos a melhorar o sistema em conjunto, portanto, o sistema hoje é partilhado, digamos assim, e nós, Direção-Geral da Saúde, ficámos com o usufruto da utilização deste sistema no país inteiro que é praticamente gratuito, há uma espécie de taxa que se paga mas que não visa o lucro, portanto é prestado por nós. Isto para recuperar o tempo perdido, porque é extremamente importante que a certificação seja feita – e há diferenças entre a certificação e a acreditação. O que é que distingue a acreditação da certificação? A certificação é a verificação de conformidades de acordo com uma norma estabelecida, os standards estão estabelecidos e verifica-se se está conforme ou não está conforme. A acreditação significa, dado o conhecimento público, que aquele serviço tem crédito. Isto é importante para quê? Para que os cidadãos tenham mais confiança nos serviços... O programa começou quando foi criado o departamento, em 2010, mas primeiro foi preciso preparar os auditores, portanto, na realidade, o grande desenvolvimento foi nos últimos dois, três anos. Eu devo dizer que nos últimos dois anos entraram em processo de certificação 135 novas unidades e foram certificadas 88, o grande
foi feito nos dois últimos anos, em que já temos auditores formados em número suficiente e também os serviços estão mais despertos para solicitarem eles próprios a acreditação, uma vez que a acreditação não é obrigatória, é voluntária. Mas cada vez mais já reconhecem que têm necessidade. E a avaliação que temos feito e o grau de satisfação destes serviços é grande. No caso dos hospitais, se nós acreditarmos por serviço ou por departamentos, criamos um movimento que é muito do agrado dos portugueses que é o “tu estás, eu também queria estar”, por isso há o efeito de pedra no charco. Concorrência, quase. Exatamente. Eles sentem a necessidade de também entrarem neste processo, e depois o grau de satisfação é enorme. E nós ficámos muito contentes porque, de facto, o Ministério da Saúde tomou a decisão certa em relação a este modelo, até tendo em conta a criação das redes europeias de referência pela Comissão Europeia. P.V.M.