O que LA pode aprender com Portugal
são o de mobilidade e o de pontos dados aos cidadãos para trocar por experiências.
O primeiro caso é o mais evidente. O MobiCascais é um serviço que congrega numa única plataforma todas as opções de mobilidade dos habitantes de Cascais, desde comboio ao aluguer de bicicletas, reserva de estacionamento e carregadores elétricos. Em LA, os passes mensais ultrapassam os cem dólares e dão acesso a transportes que não cobrem imensas partes da cidade – por exemplo, é difícil ir de transportes públicos até Beverly Hills. Não é por acaso que os serviços de boleias Uber e Lyft se tornaram tão essenciais.
Por outro lado, há muitos parques de estacionamento que oferecem os primeiros 90 ou 120 minutos de forma gratuita, mas é difícil encontrar informação atualizada sobre onde se localizam e se ainda estão disponíveis. Esta dificuldade justifica o surgimento de aplicações de estacionamento como a SpotHero, que permitem reservar um lugar com antecedência. O problema é que por vezes os preços cobrados são mais elevados do que simplesmente chegar e entrar, ou então os funcionários do parque não reconhecem a reserva e o condutor fica sem opções em zonas onde é quase impossível encontrar alternativa. Um sistema gerido centralmente pela cidade como o MobiCascais, onde todos os intervenientes participam, resolveria, senão todos, pelo menos parte destes problemas – introduzindo ainda a digitalização das compras de bilhetes e passes.
O City Points também serve a LA como uma luva, em especial nas questões de reciclagem e de voluntariado, ambas muito necessárias. A ideia será incentivar os cidadãos a comportamentos sustentáveis e altruístas, numa cidade que tem uma das maiores concentrações de sem-abrigo do mundo. LA fervilha com museus, festivais e eventos culturais e os pontos recebidos no sistema seriam trocados por entradas gratuitas nestas atrações.
Os dois projetos poderão ser incluídos no I3, o sistema de integração IoT que tentará levar Los Angeles para o patamar de cidade inteligente.