Diário de Notícias

Campeão de inverno só se voltou a ver na marca de penálti

Igualdade nos 90’ com mais oportunida­des do Vitória e derrota dura no desempate; só Podstawski falhou atirando à barra

-

MANUEL QUEIROZ À terceira foi de vez – o Sporting venceu a Taça da Liga. Terceira final da prova, terceira final decidida por penáltis depois de 1-1 nos 90 minutos e a verdade é que não falhou nenhum, enquanto Podstawski atirou o terceiro do Vitória de Setúbal ao poste.

O Sporting é campeão de inverno e para isso precisou de vencer apenas o U. Madeira, da II Liga, por 6-0. E ontem nem mereceu ganhar o jogo porque o Vitória foi muito melhor na primeira parte, e se a equipa leonina melhorou muito na segunda, mesmo assim só marcou de penálti a dez minutos do fim e teve poucas oportunida­des de golo. Foi duro para os setubalens­es perderem assim, mas na segunda parte a equipa não foi capaz de dar a mesma resposta. Gonçalo Paciência tinha marcado logo ao quarto minuto, num belo tiro de pé esquerdo à entrada da área. Ganhou o mais forte, não aquele que no jogo se superou mais e esteve melhor.

Passou a primeira metade da primeira parte, passou a segunda – Vitória ganhava 1-0 ao intervalo e com toda a justiça, tal foi a ausência do Sporting durante esses longos 45 minutos iniciais, incapaz de ter uma oportunida­de de golo (o melhor foi uma cabeçada de Bas Dost, direta às mãos de Trigueira). Jesus entrava dentro do campo várias vezes, coisa que não é permitida a mais ninguém a não ser ao treinador do Sporting, ontem desesperad­o perante o despautéri­o do que via no relvado.

Provavelme­nte também com alguma má consciênci­a. É que escolheu um onze com Montero (que, tirando meia dúzia de minutos com o FC Porto, não jogava há largas semanas) e com Bryan Ruiz, elevado a herói depois do penálti decisivo que marcou na meia-final a Casillas. Dois homens com pouco ritmo, pouca ligação aos companheir­os.

OVitória apareceu a correr riscos. Ter marcado cedo ajudou à conmelhor. fiança, mas havia um plano que era procurar pressionar o mais alto possível, adiantar as linhas. Foi assim que não deixou o adversário construir grande coisa, desconecta­ndo William Carvalho dos outros médios, além da qualidade técnica de jogadores como Gonçalo Paciência, João Teixeira, Podstawski, Amaral ou a força de Arnold e Semedo. Este jogou a meio-campo ao lado de Podstawski porque a sua altura ajudava nas bolas altas com Bas Dost.

Ninguém estranhou, assim, que Jesus logo ao intervalo fizesse logo duas substituiç­ões (Battaglia e Acuña em vez de Rúben Ribeiro e Bryan Ruiz), elevando o ritmo e agressivid­ade com os dois argentinos em campo, embora sem conseguir mais do que livres perigosos perto da área de Trigueira. Mas oVitória começou a cometer erros que não cometia antes, começou a não conseguir sair, a ter de se ficar pelo seu meio-campo porque a pressão era forte. E Doumbia foi chamado para o lugar de Montero após a hora de jogo, metendo a carne toda no assador porque mesmo assim Trigueira ainda continuava a ter a camisola sem muitas manchas.

Aos 75’ Trigueira defendeu duas bolas quase impossívei­s seguidas e à terceira houve um corte. Com a mão? O árbitro foi ver as imagens e decidiu por grande penalidade. Bas Dost marcou-a de forma competente e empatou depois de longos quatro minutos desde o momento em que o lance se desenrolou. Um empate que se aceitava, claro. Porque o Sporting impunha outra velocidade e outro perigo agora. Mesmo assim era mais atitude do que jogo e de oportunida­des – só teve um canto já depois do empate, para se ter uma ideia. Melhorou, isso sim, a forma como marcou Gonçalo Paciência e João Teixeira, que tinham tido muita liberdade e criado muitos problemas. Essa fora uma melhoria decisiva para que o jogo do Sporting pudesse fluir e sobretudo para que a defesa pudesse estar mais folgada e pudesse construir O Vitória ainda teve uma grande oportunida­de para fazer 2-0, mas Costinha falhou... Presidente­s talismãs? Quem não perde, pelo menos nos 90 minutos, é o presidente do Setúbal,Vítor HugoValent­e, eleito a 21 de dezembro e que teve de jogar com Sporting (duas vezes), Sp. Braga e Benfica neste período. Mas Bruno de Carvalho ainda não perdeu uma final (Supertaça com o Benfica e Taça de Portugal com o Sp. Braga). A segunda também foi por decisão em pontapés da marca de penálti.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal