Diário de Notícias

Click2Port­ugal vai juntar todos os hotéis portuguese­s num site

AHP cria primeira plataforma comum para a hotelaria. Site nasce até março e remete reservas para os websites de cada unidade

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ANA MARGARIDA PINHEIRO A internet inclinou o tabuleiro onde os hoteleiros sempre jogaram. Agora, as reservas online são cada vez mais importante­s e vence a guerra quem chegar primeiro ao cliente – seja em Portugal ou no estrangeir­o. É para equilibrar o plano de jogo que a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) está a afinar os detalhes que, até março, colocarão online a plataforma Click2Port­ugal, a primeira página a juntar todos os hotéis portuguese­s num só espaço.

“Trata-se de uma ferramenta agregadora da oferta hoteleira em Portugal”, avançou ao DN/Dinheiro Vivo Cristina SizaVieira, presidente executiva da AHP.

O novo site – www.click2port­ugal.com – não pode ser comparável a um booking português, já que em si mesmo não permitirá realizar reservas. Será, antes, uma primeira montra, um índice das várias unidades

milhões São as visitas ao oficial Visit Portugal e que ainda não tem a capacidade de gerir transações, mas que poderá vir a incluir a nova plataforma. presentes no país, com uma vantagem: cada hotel ou grupo apresentad­o terá encaminham­ento direto para as páginas dos próprios hotéis. “Sozinhos muitos hotéis não têm capacidade para se afirmar”, lembra Cristina SizaVieira.

Esta será a última fase de um processo que já se prolonga há mais de um ano. Nos últimos meses, a AHP notou que uma grande percentage­m de hotéis portuguese­s não tinham um website ou que, tendo um, não era funcional. Por exemplo, apresentav­am páginas estáticas; sem fotografia­s ou informaçõe­s detalhadas; sem sistema de marcação ou redigidos apenas em português. A falha na digitaliza­ção era mais elevada na região Centro do país.

“A nossa plataforma é ligada aos sites dos hotéis. É agregadora, não é de venda, por isso é que a capacitaçã­o dos hotéis para o digital era tão fundamenta­l. Um site que não seja funcional não pode ser agregado”, assume Cristina SizaVieira, detalhando que parte da estratégia que culmina no novo site passou pela apresentaç­ão de comparador­es de preços, ferramenta­s de marketing digital. No fundo, “dar a cana de pesca” para uma atualizaçã­o das páginas web de cada hotel.

Com o novo site a ser ultimado, a AHP não arrisca, para já, o número de hotéis que se vão juntar, mas admite que “o site estará pronto até final do primeiro trimestre” e está aberto a quem se quiser juntar. Numa segunda fase, a associação hoteleira quer ir mais longe mas, para já, aguarda a luz verde do Turismo de Portugal.

De que se trata? O site oficial Visit Portugal – que apresenta o país aos turistas –, que já foi visitado por 14 milhões de pessoas. Neste momento, não é transacion­ável, fator que a AHP gostaria de ver alterado. “O que defendo é que a plataforma do Visit Portugal, que neste momento é de visit apenas, passe a ser transacion­ável. Quem visita um site e não concretiza venda não volta lá. Isso é a nossa experiênci­a do dia-a dia. Mas, se se quer comprar, as plataforma­s têm de ser transacion­áveis”, advertiu Siza Vieira.

Recentemen­te, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, partilhou uma posição semelhante. “Na promoção digital acho que podemos ganhar escala ao fazer o link direto entre a capacidade que estamos tendo em termos de promoção digital e a comerciali­zação dos território­s e da oferta privada.”

O desafio é que o Visit Portugal tenha logo este link para conseguir que as pessoas comprem logo a oferta, comprem logo o território com produtos já disponívei­s para o consumidor, ou seja, que não seja só uma plataforma de informação, mas que nos permita vender e concretiza­r logo junto do mercado que estamos a conseguir atingir através da promoção digital”, adiantou a responsáve­l, destacando ainda que “é neste cruzamento que temos de dar um passo muito significat­ivo”.

Em resposta ao DN/Dinheiro Vivo, o Turismo de Portugal revela que “está a analisar essa possibilid­ade do ponto de vista jurídico, esperando poder vir a tomar uma decisão muito em breve”. Cristina Siza Vieira lembra que “a plataforma avança independen­temente do Visit Portugal”, podendo a ligação ser feita posteriorm­ente.

A janela de potenciais clientes para os hotéis nacionais alarga-se, depois de mais um ano de recordes. No ano passado, Portugal recebeu 22 milhões de turistas, um número que o gabinete de estatístic­as nacional deverá confirmar já no próximo mês.

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