Patrões e sindicatos unidos em defesa da qualificação
Revolução tecnológica obriga a agir hoje para tentar antecipar as profissões do futuro, recomenda o Comité Económico e Social
Indústria tem falta de soldadores e é uma das profissões garantidamente com futuro, diz Lobo Xavier
ILÍDIA PINTO Com a digitalização e a robotização a avançar em ritmo acelerado, o Comité Económico e Social Europeu defende que a Europa se prepare para “este desafio”, definindo e adotando novas políticas em matéria de competências. O objetivo é preparar o futuro, sem desrespeito pela mão-de-obra atual e “salvaguardando os seus direitos e obrigações”. Em causa está a necessidade de “acelerar a adaptação dos sistemas de ensino e de formação em função dos novos postos de trabalho que se prefiguram no horizonte”. Para Gonçalo Lobo Xavier, da Associação da Metalurgia e Metalomecânica, “é preciso uma agenda que procure perceber quais serão as profissões do amanhã”. Carlos Silva, da UGT, diz que os sindicatos apoiam, até porque “não vale a pena meter a cabeça na areia”, a tecnologia veio para ficar. Mas querem, também, que se aposte na qualificação e na “reprogramação” dos trabalhadores atuais.
Lobo Xavier, vice-presidente do CESE em representação da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, foi o relator do parecer “Adoção de uma abordagem global da política industrial na UE – Melhorar o ambiente empresarial e o apoio à competitividade da indústria europeia”. Documento que, como o título sugere, defende a importância de uma estratégia de médio e longo prazo em matéria industrial, começando logo por recomendar à Comissão Europeia que elabore um estudo comparativo sobre os diferentes planos de apoio à indústria transformadora recentemente adotados nos Estados Unidos, na China e na Coreia.
O objetivo da União Europeia é aumentar para 20%, até 2020, o contributo do setor industrial para o PIB, face aos atuais 15,1%. Uma meta curta, considera a CESE, que pede uma perspetiva de longo prazo. “O objetivo não é suficiente em si mesmo”, diz Gonçalo Lobo Xavier, que alerta, ainda, para a necessidade de aprofundar a interação das startups com a indústria, contribuindo para a sua sustentabilidade. Recorda o CESE que 50%
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