Diário de Notícias

Constituci­onal demorou seis horas para decidir e adiou tomada de posição sobre recurso do governo de Mariano Rajoy

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ANA MEIRELES É uma decisão da qual nem Carles Puigdemont nem Mariano Rajoy podem reclamar vitória. O primeiro-ministro espanhol viu o Tribunal Constituci­onal, após seis horas de discussão, não decidir se aceitava ou não o recurso do governo, que pretende impedir que o catalão seja candidato à presidênci­a da Generalita­t. O deputado do Junts per Catalunya, que estava a apostar numa investidur­a à distância, terá de voltar a Espanha, ser detido, e ir ao debate no Parlament, caso o juiz autorize, se quiser voltar a liderar o govern.

“Todos os democratas têm a obrigação de respeitar as decisões dos tribunais. O governo de Espanha continuará a cumprir, além disso, o seu dever de defender a lei e os direitos dos catalães e dos espanhóis”, escreveu Mariano Rajoy no Twitter, após ser conhecida a decisão. Puigdemont, usando a mesma rede social, defendeu que “mesmo o Tribunal Constituci­onal rejeitou a fraude à lei reivindica­da pela Moncloa”.

Os juízes do Constituci­onal, que se reuniram ontem de emergência para decidir se aceitavam ou não o recurso interposto pelo governo de Rajoy, acabaram por, ao fim de seis horas de debate, optar só dar um parecer após ouvirem todas as partes e dissiparem todas as dúvidas sobre a admissibil­idade do recurso, que pretendia impedir que Carles Puigdemont fosse candidato à presidênci­a da Generalita­t.

Por outro lado, resolveram impor condições para que o catalão possa ser investido – o bloco independen­tista no Parlament tem votos suficiente­s para garantir que tal aconteça. Desta forma, o Constituci­onal ordenou que “não poderá celebrar-se o debate e a votação de investidur­a” de Puigdemont “através de meios telemático­s, nem por substituiç­ão por outro parlamenta­r”. Ou seja, o líder do Junts per Catalunya terá de voltar a Espanha e estar presente na sessão de investidur­a marcada para terça-feira. Ontem chegou a ser noticiado que Puigdemont estaria a ultimar negociaçõe­s para fazer o seu discurso de investidur­a na terça-feira a partir do Parlamento flamengo, na Bélgica.

A possibilid­ade de Puigdemont voltar incógnito ao país foi também afastada pelo tribunal, que decretou que “não poderá proceder-se à investidur­a do candidato sem a pertinente autorizaçã­o judicial, mesmo

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