Jonas arranca vitória a ferros e coloca pressão nos rivais
Benfica vira resultado em Paços de Ferreira com dois golos do brasileiro e um de Rafa nos últimos 20 minutos. Castores não seguraram vantagem que lhes pertenceu durante uma hora
O Benfica conquistou ontem em Paços de Ferreira uma vitória arrancada a ferros, construída nos minutos finais, depois de ter estado durante mais de uma hora em desvantagem.
Os encarnados apresentaram o mesmo onze que tinha batido e dado muito boa impressão diante do Boavista e defrontavam uma equipa que somava três derrotas consecutivas, mas sentiram bastantes dificuldades para impor o seu futebol dinâmico de circulação durante a primeira parte. Os pacenses mostraram uma face muito física, optando por um estilo mais direto para chegar aos últimos 30 metros e exercendo intensa pressão sem bola. E a verdade é que a estratégia de João Henriques surtiu efeito logo aos nove minutos, quando Xavier roubou a bola a Grimaldo à entrada do meio-campo encarnado, progrediu em velocidade pelo corredor direito e fez a assistência para o remate certeiro de Luiz Phellype.
Após o golo inaugural, a postura dos castores não se alterou, e obrigou o Benfica a abdicar um pouco do jogo interior de que tanto gosta – Pizzi e Zivkovic estiveram apagados – para recorrer sucessivamente a cruzamentos para levar perigo à baliza de Defendi. Contudo, a força aérea que os encarnados vinham a exibir nas partidas anteriores não foi avistada na Capital do Móvel, mérito da organização defensiva dos homens da casa e demérito da equipa de Rui Vitória.
Ainda assim, os últimos dez minutos da primeira parte foram uma amostra do que viriam a ser os derradeiros 45 da partida, com as águias completamente instaladas no seu meio-campo ofensivo. Remates de Jonas e André Almeida ainda fizeram os ruidosos adeptos benfiquistas saltar das cadeiras, mas Miguel Vieira e Ricardo conseguiram cortes cruciais na hora H.
Regresso ao 4x1x3x2 deu frutos
Mesmo em desvantagem, Rui Vitória não fez alterações em relação aos onze que começou a partida, mas inicialmente colocou Cervi no meio, em busca de melhorar a dinâmica do jogo interior do coletivo encarnado. Esse ajuste acabou por ser temporário e não deu resultados positivos, pelo que o técnico teve de se socorrer de um plano B que no início da época era o... plano A: o 4x1x3x2. Saiu o desinspirado Zivkovic e entrou o tantas vezes decisivo Raúl Jiménez. Desta feita, o mexicano não marcou, mas acabou por estar ligado à reviravolta a que havia de se assistir.
Progressivamente mais incisivos e acutilantes, os tetracampeões nacionais foram empurrando os já desgastados castores para perto da sua área, e acabaram por conseguir um empate que já se fazia adivinhar. Curiosamente, a jogada do 1-1 foi construída pelo flanco direito encarnado e esquerdo dos pacenses, que um minuto antes tinham reforçado esse corredor com a entrada de Filipe Ferreira. Rafa de lá cruzou para o interior da área, Jiménez rematou contra Jonas e o brasileiro aproveitou as sobras para restabelecer a igualdade (72’).
Não satisfeito, o brasileiro mostrou discernimento para dar a volta ao marcador já na reta final, a passe de Seferovic (88’). E, pelo sim pelo não, Rafa coroou uma boa exibição com o golo da tranquilidade, depois de uma primeira bola ganha por Jiménez (90+4).