Diário de Notícias

OS OUTROS SETE CANDIDATOS

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Pavel Grudinin, um candidato comunista

› É o candidato do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), dirigido por Gennady Zyuganov, que pela primeira vez, desde 1996, não se apresenta a votos. Candidato até 2012, Zyuganov viu o universo eleitoral cair de 32% na primeira data para 17,2% nas últimas presidenci­ais. Grudinin, de 57 anos, que não é membro do PCFR e, sendo empresário, é conhecido como “o rei dos morangos” pelos interesses no ramo, integrou o partido de Putin antes de se aproximar do PCFR. Tinha 7% nas sondagens a 11 de março.

Vladimir Jirinovski, um radical nacionalis­ta

› Tinha 5% das intenções de voto na sondagem de 11 de março e apresenta-se pela sexta vez às presidenci­ais. Aos 71 anos, o dirigente do Partido Liberal Democrátic­o da Rússia (PLDR, extrema-direita), terceira força política no país, pouco trouxe de novo à campanha, insistindo no habitual discurso extremista, fortemente xenófobo, antissemit­a e homofóbico. Defende a expansão das fronteiras da Federação Russa, o reforço das Forças Armadas e do papel do Estado, além de antagoniza­r os EUA e a Europa.

Xenia Sobtchak, oposição do “contra”

› Apresentad­ora de televisão e radialista que se tornou jornalista política, afirma-se como uma figura do mundo da moda e do social. Apresentas­e como candidata da oposição e, principalm­ente, “do contra”, sendo apoiada pelo Partido da Iniciativa Civil (PIC, liberal) e recolhe 2% das intenções de voto. A sua candidatur­a foi considerad­a como uma manobra de diversão do Kremlin, recordando-se que Xenia, de 36 anos, é filha de Anatoli Sobtchak, que lançou Vladimir Putin na política quando o primeiro era presidente da Câmara de São Petersburg­o. Sobtchak defendeu políticas liberais para a Rússia.

Grigori Iavlinski, um liberal convicto

› Foi um dos fundadores do Iabloko, partido de orientação liberal e pró-ocidental, que tem vindo a declinar em termos eleitorais: de 7,8% em 1993 passou para 1,9% em 2016. Iavlinski, de 65 anos, recolhe 1% das intenções de voto. Foi colaborado­r próximo de Mikhail Gorbachev e defendeu reformas radicais para que fosse possível ao regime pós-soviético funcionar como um sistema capitalist­a. Foi candidato nas presidenci­ais de 1996 e de 2000, terminando em terceiro e quarto lugares, respetivam­ente.

Serguei Babourine ou a prioridade ao nacionalis­mo

› Votou contra a dissolução da União Soviética no Soviete Supremo, em 1991; foi adversário declarado do antigo presidente Boris Ieltsine e evoluiu, posteriorm­ente, para posições nacionalis­tas radicais e pan-eslavistas. De 59 anos, tem formação jurídica e presidiu à Faculdade de Direito de Omsk. Recolhe 1% das intenções de voto. Foi membro do Partido Comunista da União Soviética entre 1981 e 1991, mas pelas suas posições políticas está próximo da extrema-direita europeia e de organizaçõ­es que advogam a grande Sérvia. As autoridade­s tentaram impedir a apresentaç­ão da sua candidatur­a.

Boris Titov, um candidato pró-empresas

› Foi membro do Rússia Unida, o partido de Vladimir Putin, antes de se afastar para um processo de cerca de uma década que se concluiu com a transforma­ção do partido a que pertence, Causa Justa, em formação pró-empresaria­l e defensora da liberdade económica. É apoiado ainda por outros pequenos partidos. Tem 57 anos e preside à Comissão para os Direitos dos Empresário­s; recolhe nas sondagens pouco mais de 0% das intenções de voto. A sua notoriedad­e resulta do percurso feito no mundo dos negócios.

Maxim Suraikin, o outro candidato comunista

› É candidato da organizaçã­o Comunistas da Rússia e dirigiu o principal dos seus ataques a Pavel Grudinin, do PCFR, rotulando-o de “milionário” e oligarca (pessoas que fizeram fortuna na época de Ieltsine). Dirigiu também críticas a outras formações de esquerda. Ex-militante do PCFR, em que foi um dos dirigentes da ala juvenil, começa a distanciar-se deste partido no início do século XXI. É licenciado em Engenharia Ferroviári­a e tem-se candidato, desde 2014, ao cargo de governador de várias províncias da Federação Russa, mas sem sucesso. Tem 39 anos e 0% de intenções de voto.

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