Força Aérea aconselha a olhar para Beja antes de abrir Monte Real à aviação civil
A Força Aérea recebeu com naturalidade a recomendação dos deputados, aprovada em janeiro deste ano, para o governo estudar a abertura da base da zona de Leiria à aviação civil, mas recomenda prudência no processo
civil, “a lógica é sempre tentar compatibilizar os desígnios nacionais” de defesa militar da República com os do seu desenvolvimento socioeconómico, reconhece o CEMFA, que já tem na mesa um processo de reestruturação interna imposto pela transformação da base do Montijo num aeroporto complementar ao de Lisboa.
Certo é que, em setembro passado, a Câmara Municipal da Marinha Grande divulgou um “estudo de viabilidade da abertura do aeroporto de Monte Real ao tráfego civil” que dava luz verde ao projeto.
O documento prevê um custo estimado de 20 milhões de euros para adaptação das infraestruturas existentes: reforço da pista, um terminal de passageiros, placas de estacionamento, hangar de manutenção, controlo de acessos, reservatórios de combustível, reforço do pessoal na torre de controlo e das capacidades de luta contra incêndios.
Quanto aos dados, o estudo aponta para cinco mil movimentos por ano e cerca de 600 mil passageiros. A evolução a longo prazo prevê cerca de nove mil movimentos anuais e a presença de 1 a 1,2 milhões de passageiros.
Em termos financeiros, “estima-se que seja uma operação viável, com uma taxa interna de rentabilidade de 8% a 10%” na previsão mais conservadora “e em linha com aeroportos internacionais com uma dimensão semelhante”.
A deputada Fátima Silva acrescenta ao DN que não são conhecidas reservas de impacto ambiental contra o uso da BA5 pela aviação comercial. “Nunca foram levantados problemas” dessa natureza, enfatiza, embora reconhecendo que as autoridades terão de se pronunciar nesse domínio.
Eleita por Coimbra e consciente dos problemas em torno da linha da Lousã, Fátima Silva assume que “o custo-benefício” da obra “terá de ser analisado. Não defendo que se faça de forma cega”, mas como “da parte da Defesa há abertura para estudar o assunto” e as estimativas indicam que esse alargamento”pode ser feito com um investimento reduzido – compete ao governo fazer o estudo ou mandar” que se faça, argumenta a deputada do PSD.