“É uma boa estratégia para precaver evoluções do sentimento dos investidores sobre os chamados países periféricos”
a taxa a dez anos pode cair dos atuais 1,75% para 1,5%.
Anne Karina Asbjorn explica os baixos custos de financiamento do Estado nesta fase com a melhoria do rating. A saída de lixo permite à dívida portuguesa entrar em índices seguidos pelos investidores e atrair entidades mais conservadoras, como fundos de pensões. Em setembro do ano passado, a Standard & Poor’s (S&P) foi a primeira das três grandes agências a tirar o rating de Portugal de um nível visto como lixo pelos mercados. Seguiu-se a Fitch em dezembro.
Na passada sexta-feira, a S&P voltou a pronunciar-se sobre o país. Mas desta vez não fez alterações. Destacou pela positiva “a melhoria significativa do perfil da dívida” devido ao aumento da maturidade média e aos reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Para decidir novas subidas do rating a S&P diz que tem de ver a dívida pública a descer mais rápido do que as atuais previsões. Outro ponto que pode ajudar seriam melhorias na estabilidade do setor financeiro.
Das agências consideradas pelo BCE, apenas a Moody’s continua a avaliar Portugal como lixo. Mas Evan Wohlmann, um dos vice-presidentes da agência e responsável pela classificação de Portugal, disse em fevereiro que o país “está prestes a regressar ao rating de investimento”. Essa decisão pode chegar a 20 de abril, data da próxima avaliação da Moody’s.