H.R. McMaster e John Kelly são falados nos como candidatos a serem afastados pelo presidente. Tal como o procurador-geral Jeff Sessions, que ontem demitiu o ex-n.º 2 do FBI
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Faltavam menos de dois dias para chegar à reforma quando na sexta-feira à noite Andrew McCabe, ex-número dois do FBI, foi informado pelo procurador-geral Jeff Sessions de que estava despedido. Acusado há meses pelo presidente Donald Trump de favorecer os democratas em duas investigações – o caso dos e-mails de Hillary Clinton e a alegada interferência russa nas presidenciais de 2016 –, McCabe é suspeito de passar informações aos media e de tentar enganar os investigadores. Ironicamente, o próprio Jeff Sessions é um dos nomes que surgem no topo da lista dos próximos responsáveis a ser despedidos por Trump.
Depois do afastamento do secretário de Estado, Rex Tillerson, na última terça-feira, apenas dias depois da saída do conselheiro económico Gary Cohn e coroando uma longa lista de responsáveis desta administração a demitirem-se ou a serem demitidos, não faltam apostas sobre quem serão os próximos. A tal pon- to que na sexta-feira a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, confirmou aos jornalistas que o chefe de gabinete teve de garantir aos funcionários que não está prevista uma mudança iminente.
Palavras que teriam muito mais efeito caso o próprio general John Kelly não estivesse na lista dos potenciais despedimentos. Em finais de janeiro, Trump transferiu Kelly da Segurança Nacional para seu chefe de gabinete com o objetivo de pôr ordem na Casa Branca após a saída de Reince Priebus do cargo, numa minirremodelação que inclui ainda a demissão de Sean Spicer de porta-voz e a contratação e demissão de Anthony Scaramucci após apenas 11 dias como diretor de comunicação da Casa Branca.
Kelly faz parte, com o secretário da Defesa James Mattis e o conselheiro para a segurança nacional, H.R. McMaster, da troika de generais que Trump foi buscar para a sua equipa. Mas se Mattis parece seguro no cargo, McMaster é favorito a ser o próximo demitido pelo presidente, conhecido no reality show The Apprentice pela frase: “Está despedido!” A notícia foi avançada em primeira mão pelo The Washington Post, segundo o qual o presidente ainda não terá anunciado a decisão para “não humilhar” McMaster.
Perante tanta incerteza na administração e na Casa Branca, a costa-riquenha BetDSI dava ontem a saída de McMaster como quase certa, sendo os próximos na lista Jeff Sessions (a quem Trump chamará Mr. Magoo, a personagem de desenhos animados de um velhinho careca e com problemas de visão que não percebe bem o que se passa à sua volta), e Sarah Sanders. A BetDSI, que trabalha com apostas em áreas que vão do futebol americano às corridas de NASCAR ou ao boxe, decidiu não incluir o secretário dos Assuntos dos Veteranos, David Schulkin, na lista de 24 responsáveis prestes a sair por considerar que o seu afastamento é inevitável.
O nome de Schulkin, acusado em 2017 de usar dinheiros públicos numa viagem à Europa e que enfrenta suspeitas de má gestão num centro para ex-militares em Washington DC, surge também na lista da CNN, ao lado de Sessions, McMaster, Kelly, dos secretários do Interior, Ryan Zinke, da Habitação, Ben Carson, e da Educação, Betsy DeVos. Eleito pelos americanos no ticket com Trump, o vice-presidente Mike Pence é o membro da administração que escapa aos boatos de saída.
Para preencher os lugares deixados vagos por tanta saída, o TheWashington Post escrevia que Trump estará a pensar contratar personalidades da televisão. Heather Nauert, ex-apresentadora do Fox and Friends já foi promovida a porta-voz do Departamento de Estado, após o afastamento de Steve Goldstein por contradizer a Casa Branca sobre o facto de Tillerson ter sido avisado de que ia ser demitido antes do tweet do presidente. O ex-embaixador do EUA na ONU John Bolton, hoje comentador da Fox News, pode substituir McMaster e Pete Kudlow, coapresentador do Fox and Friends Weekend, deve ser assumir os Assuntos dosVeteranos.