Diário de Notícias

Três projetos musicais nacionais, em diferentes fases de carreira, apresentar­am-se no festival: Da Chick, Surma e Holly

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tudo”, diz ao DN. A presença no South by Southwest será, por isso, uma boa plataforma de promoção. “Nesta fase da minha vida e carreira, quero experienci­ar ao máximo estas oportunida­des que o SXSW traz”, refere a artista, que toca hoje no The Iron Bar. “Conhecer pessoas, artistas, partilhar música, histórias e desenvolve­r o meu trabalho. Para mim é mais uma forma de espalhar a Da Chick por esse mundo fora e aprender com outros artistas com o mesmo mindset.”

A outra artista é Surma, que toca hoje no The Hideout e cuja sonoridade eletrónica distinta lhe tem valido números bastante interessan­tes ao nível de seguidores online e streams no Spotify. “Está tudo muito bem encaminhad­o”, refere o dire- tor da Why Portugal. Já Holly atuou nesta madrugada no Plush.

Ao contrário de outros festivais na Europa, o South by Southwest não é um palco para artistas que estão em fases incipiente­s e sem estrutura de apoio, o que torna o processo de seleção extremamen­te competitiv­o. O seu efeito também é duradouro: “Por exemplo, o Riverbend Festival, que é a maior feira na Alemanha, vem todos os anos ao SXSW fazer networking informal”, explica Nuno Ribeiro Saraiva. “É muitas vezes aqui que se decidem depois os showcases que vão acontecer no Riverbend em setembro.”

Estas ligações do circuito internacio­nal tornam a participaç­ão anual num imperativo. “A manutenção das redes de contactos internacio­nais nas quais participam­os tem de ser feita pessoalmen­te e neste circuito”, diz o diretor daWhy Portugal. “Se estivéssem­os ausentes do SXSW seria estranho.” No ano passado, a plataforma teve um stand direto no trade show, mas desta vez foi integrada na comitiva da Startup Portugal. “Estamos com uma delegação que mistura startups de base tecnológic­a com projetos mais da área cultural, como é o caso da agência que organiza o festival de curtas de Vila do Conde, do Theatro Circo e da Why Portugal”, explicita a diretora da Startup Portugal, Maria Miguel Ferreira.

Um dos principais eventos em que aWhy Portugal participa é uma reunião de Global Exporters, gabinetes de exportação da música de todo o mundo com missão semelhante. “A plataforma tem vários mecanismos de ação e apoio”, afirma Nuno Ribeiro Saraiva, explicando que um dos propósitos é “organizar missões externas entre o setor privado da indústria da música, os artistas da nova música portuguesa e as instituiçõ­es que os querem apoiar”. Por exemplo, se alguém quiser conhecer o ecossistem­a de um determinad­o país, a Why Portugal contacta a congénere e mapeia o caminho potencial do artista naquele território.

O que a Why Portugal também consegue fazer é alavancar descontos profission­ais nas feiras, facilitand­o a participaç­ão para os artistas, agentes e editoras. Além disso, foi criado pela Fundação GDA um novo sistema para os showcases internacio­nais. Trata-se de apoio financeiro para as viagens, dado aos artistas que atuam em eventos de natureza profission­al como o SXSW. “Foi uma coisa que nunca existiu em Portugal e começou no início deste ano. É um game changer, um passo muito positivo para a internacio­nalização”, considera. Passará a haver uma lista de eventos pré-qualificad­os para esse apoio, estando neste ano um dos focos no Waves Viena 2018 porque o festival austríaco convidou Portugal para ser o país de destaque.

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