Diário de Notícias

Sindicato ameaça levar reitores a tribunal devido aos precários

PREVPAP SNESup promete “endurecer” posições a cada mês face ao que considera “clima de ilegalidad­e” nas vinculaçõe­s

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O Sindicato Nacional do Ensino Superior admite avançar com “ações judiciais contra dirigentes de instituiçõ­es do ensino superior por incumprime­nto da lei de Orçamento do Estado [de 2017]”, anunciou ao DN o dirigente desta estrutura independen­te, Gonçalo Velho. Em causa está a aplicação nas universida­des e institutos politécnic­os do Programa de Regulariza­ção Extraordin­ária dos Vínculos Precários na Administra­ção Pública [PREVPAP].

O programa, previsto no Orçamento do ano passado e que, segundo dados avançados em setembro pelo governo, permitirá integrar mais de 27 mil trabalhado­res precários nos quadros, está a ter resultados muito pouco expressivo­s entre os professore­s e investigad­ores do superior. De acordo com estimativa­s divulgadas recentemen­te pela Fenprof, entre mais de 1400 pedidos de investigad­ores e 1300 de professore­s, as comissões de avaliação só deram até agora parecer positivo à vinculação em, respetivam­ente, 2,3% e 2,2% dos casos.

SNESup e Fenprof não têm qualquer protesto conjunto agendado – a relação entre as duas estruturas sindicais não é exatamente cordial – mas ambas têm subido o tom dos protestos contra a forma como este assunto está a ser gerido pelas universida­des e institutos politécnic­os.

A Fenprof agendou para dia 27, a partir das 14.30, uma concentraç­ão de investigad­ores, docentes e não docentes no Largo de Camões, em Lisboa, que seguirá depois para a residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, ao qual foi pedida uma audiência para as 16.30 desse dia.

Já o SNESup promove, já nesta sexta-feira, uma ação de contestaçã­o coordenada” nas várias universida­des, politécnic­os e laboratóri­os”. O protesto, convocado através das redes sociais, associado à hashtag #Éparacumpr­ir, será a primeira de uma série de ações que, disse Gonçalo Velho, se irão “endurecer no dia 23 de cada mês caso se mantenha o clima de ilegalidad­e e incumprime­nto da lei que se vive no ensino superior e na ciência”.

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