Diário de Notícias

Ronaldo leva 21 golos em 2018 e aponta ao seu melhor Mundial

Seleção. CR7 volta a mostrar pontaria afinada, sinal de que estará no ponto naquele que deverá ser o seu último Campeonato do Mundo

- CARLOS NOGUEIRA

A menos de três meses do arranque do Campeonato do Mundo da Rússia – a estreia é com a Espanha a 15 de junho –, Cristiano Ronaldo apresenta-se na seleção nacional no seu melhor momento da temporada e com o maior registo goleador de sempre nos três primeiros meses do ano.

Após um início de época abaixo do normal, a estrela portuguesa arrancou 2018 em grande forma, contabiliz­ando já 21 golos pelo Real Madrid (37 no total da época), superando os 16 apontados nos cinco primeiros meses de 2017-18. Tendo em conta as últimas cinco épocas, Ronaldo nunca marcou tanto nos primeiros três meses de um ano civil – e até ao final de março ainda lhe faltam os dois jogos da seleção (Egito e Holanda) e um pelo Real Madrid (diante do Las Palmas). Só em 2014, nas vésperas do Mundial do Brasil, chegou perto dos números atuais – 19 golos.

Se mantiver este rendimento, tudo se conjuga para que CR7 chegue ao seu quarto Mundial bem melhor em termos físicos do que nos anteriores, basta recordar que no início desta época foi poupado por Zinedine Zidane em alguns jogos, quer deixando-o de fora quer tirando-o no decorrer dos jogos.

Neste momento, CR7 leva 39 jogos disputados e, na melhor das hipóteses, poderá chegar às 53 partidas disputadas, se o Real Madrid chegar à final da Liga dos Campeões, ficando ainda distante dos 59 jogos de quando chegou ao Mundial 2006, na Alemanha, ou em 2014 no Brasil, ao qual chegou lesionado – reconheceu mais tarde que por causa da lesão não devia ter participad­o no torneio. No fundo, só em 2010, na África do Sul, chegou menos sobrecarre­gado, com apenas 46 jogos disputados.

Zidane admitiu após a goleada ao Girona (6-3) no domingo, em que Ronaldo fez um póquer, que a gestão que foi feita permite-lhe estar agora no seu melhor momento: “Ele conhece-se muito bem, sabe quando tem de parar um pouco e, como tal, quando chega ao final da época aparece sempre muito bem”, frisou o treinador francês do Real Madrid, lembrando que nes-

te momento CR7 está a lutar com Messi pelo troféu de melhor marcador (Pichichi).

A imprensa espanhola revelou ontem a aposta que o capitão português fez com os seus companheir­os de equipa, de que ia ser o melhor goleador da Liga espanhola, quando Messi levava 12 golos e ele apenas... um. E a verdade é que o argentino está a uma distância de três golos, quando faltam nove jornadas para o final. Este é, aliás, o grande objetivo no campeonato, uma vez que o título parece perdido, pois o líder Barcelona já leva 15 pontos de avanço. Depois há ainda a Liga dos Campeões, em que o Real Madrid vai tentar o terceiro título consecutiv­o, prova na qual Ronaldo é o melhor marcador com 12 golos, com mais quatro golos do que Ben Yedder, do Sevilha.

“O Cristiano tem uma ambição tremenda e demonstra-a em cada jogada, em cada treino, e isso faz a diferença em relação aos outros”, frisou Zidane. E é essa ambição sem limites que faz alimentar a esperança de a seleção nacional contar com um grande Ronaldo no Mundial da Rússia. É que nas três fases finais que disputou anteriorme­nte, apenas marcou três golos (um em cada edição), pelo que precisa de deixar a sua marca naquela que poderá ser a sua última participaç­ão num Campeonato do Mundo – quando o torneio se realizar no Qatar já terá 37 anos...

Ricardo fala da superação

Ricardo Pereira, antigo guarda-redes da seleção nacional que partilhou o balneário com Cristiano Ronaldo em três fases finais (Euro 2004 e 2008 e Mundial 2006), considera que os números apresentad­os por CR7 neste momento “são mais do mesmo” em relação àquilo que tem sido a carreira do melhor jogador do mundo.

“Ronaldo supera-se a ele próprio de forma constante, por isso não acredito que durante a temporada esteja a pensar no Mundial”, garantiu, recusando ainda a ideia de que este poderá ser o último Campeonato do Mundo para CR7. “Se é pela idade, isso não faz sentido nenhum, ele vai parar um dia e espero que ainda esteja longe”, frisou ao DN.

O antigo guarda-redes admite que Ronaldo estará a pensar no Mundial da Rússia com o objetivo de “fazer melhor do que nos anteriores”, mas considera que a estrela portuguesa não estará com o pensamento de que este será o seu torneio. “Ele vai continuar a bater recordes, como aliás tem acontecido. A qualidade está lá e, tendo em conta a sua personalid­ade, irá aplicar-se ao máximo para que seja o Mundial da nossa seleção e não o dele”, frisou, assumindo que para um bom desempenho “são importante­s os laços fortíssimo­s que estão criados entre os jogadores”.

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