Do século XIX ao século XXI
Estive diretor do Diário de Notícias pouco mais de um ano e meio, uma gota de água num oceano de século e meio de existência deste jornal, que foi fundado por Eduardo Coelho e teve Eça de Queirós como repórter. Os 153 anos de vida são uma história de todas as pessoas que o fizeram, os de agora e os dos outros tempos. A todos os que trabalharam comigo neste ano e meio agradeço o esforço e desejo a melhor sorte do mundo. Mas nunca podem perder de vista que a sorte se conquista. Nada acontece sem muito trabalho.
Mais do que nunca, o jornalismo precisa de profissionais que não se deixam cair na tentação do clique fácil. Jornalistas para quem estar o mais próximo possível da verdade é a ambição. Jornalistas que não navegam a crista da onda nem cedem ao populismo, antes procuram mergulhar de forma profunda nas questões que determinam a organização da sociedade de que fazem parte.
Não são, e nunca serão, as redes sociais que nos informam com isenção do que se passa no mundo. A anarquia informativa em que vivemos precisa, aliás, como nunca, que os jornalistas vejam a sua atividade profissional como uma missão. A missão de informar com verdade para que todos possam decidir em liberdade.
Estive diretor e deixarei de estar, tenho orgulho em ser jornalista e nunca deixarei de ter. Só concebo uma forma de estar nesta profissão, agarrando cada dia como se fosse o último em que podemos demonstrar a falta que fazemos para ajudar a construir uma sociedade mais justa. Em cada momento, ocupando cargos de liderança, apenas, quando fazemos a diferença.
O DN terá agora uma nova equipa de direção com o grande desafio de o fazer indispensável no século XXI. Ferreira Fernandes, Catarina Carvalho, Paulo Tavares (por estes dias diretor interino), Leonídio Paulo Ferreira e Joana Petiz são grandes profissionais, como são todos os que estarão diariamente a fazer o jornal. Eles serão capazes de fazer a diferença, o Diário de Notícias continuará a ser uma referência informativa. O país precisa!