O segundo março mais chuvoso acabou com a seca meteorológica
Solos receberam água suficiente para um ano normal de agricultura e pecuária
Portugal viveu uma das piores secas dos últimos cem anos “Valor médio da quantidade de precipitação em março, 272 mm, foi cerca de quatro vezes o valor médio mensal e o segundo março mais chuvoso desde 1931, com um valor muito próximo de março de 2001.” A informação foi avançada ontem pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), revelando que face à chuva que caiu Portugal continental já não se encontrava em seca meteorológica. O mês de março de 2001 registou o valor médio da quantidade de precipitação de 274 mm, sendo o março mais chuvoso nos últimos 87 anos.
“A ocorrência de valores muito elevados da quantidade de precipitação em todo o território do continente tiveram como consequência o final da situação de seca meteorológica que se verificava desde abril de 2017”, salienta. Apenas uma pequena região no Sotavento Algarvio ainda se encontra na classe de seca fraca, acrescenta.
O último mês foi também o mais frio desde 2000. “O valor médio da temperatura máxima do ar, inferior ao valor normal em cerca de 2,6 °C, corresponde ao valor mais baixo desde 2000”, salienta, explicando que ao longo do mês os valores de temperatura do ar estiveram “persistentemente inferiores” aos valores médios.
Bons indicadores registam as barragens. Trinta e duas das 60 albufeiras monitorizadas em Portugal continental tinham em março reservas superiores a 80% do volume total, enquanto em fevereiro eram apenas cinco, segundo dados divulgados ontem pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
No final de março, só três tinham disponibilidades inferiores a 40% do volume total face às 23 que estavam nessa situação em fevereiro.
Ainda de acordo com os dados do SNIRH, todas as bacias hidrográficas de Portugal continental registavam no final de março uma subida no volume de água armazenado comparativamente ao mês anterior. A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.
Os armazenamentos de água em março por bacia hidrográfica eram superiores às médias do período de referência (março 19901991 a 2016-2017), com exceção para as bacias do Mondego, Ribeiras do Oeste, Sado, Guadiana, Mira e Ribeiras do Algarve, ou seja, metade das monitorizadas.
A bacia do Ave era a que apresentava maior disponibilidade de água (92,3%), seguida da do Tejo (91,1%). A bacia das Ribeiras do Oeste tinha o número mais baixo (49,9%), seguida da do Sado (59,9%).