Diário de Notícias

PORTO DERROTADO EM BELÉM DEIXA BENFICA NA LIDERANÇA A 13 DIAS DE ENFRENTAR AS ÁGUIAS NA LUZ

FC Porto tombou com estrondo (e perdeu o 1.º lugar) no Restelo. Dragões dominaram, mas nunca conseguira­m ultrapassa­r André Moreira e a muralha defensiva de um Belenenses letal

- RUI MARQUES SIMÕES

O FC Porto caiu, com estrondo, do 1.º lugar do campeonato, que ocupava isolado desde a 7.ª jornada (e ex aequo desde a 1.ª). E o Benfica subiu à liderança, que nesta época só ocupara em igualdade pontual (até à 3.ª ronda). O responsáve­l pela inesperada troca no topo da I Liga foi o Belenenses, que ontem deu uma lição de eficácia – e segurança defensiva – ao emblema do dragão (2-0): Nathan (10’) e Maurides (70’) fizeram os golos.

No mesmo Estádio do Restelo (Lisboa) onde, em maio de 2015, entregou em definitivo o campeonato de 2014-15 ao Benfica (1-1, na 33.ª jornada, devido a um golo de Tiago Caeiro ao cair do pano), o FC Porto deu um passo atrás na luta por acabar o jejum de títulos que dura desde 2013. E fê-lo à entrada da fase decisiva da I Liga (a duas jornadas da visita à Luz), com uma exibição tão dominadora quanto inconseque­nte.

Os números – 4-26 em remates, 37%-63% em posse de bola... e 2-0 em golos – dizem muito do que foi o jogo de encerramen­to da 28.ª jornada da I Liga. Os azuis do Restelo fecharam-se tanto quanto puderam e mostraram-se letais nas raras vezes em que chegaram à baliza de Iker Casillas – que ontem cumpriu o 1000.º jogo da carreira sénior (725 pelo Real Madrid, 167 pela Espanha, 108 pelo FC Porto) sem razões para celebrar. E os azuis e brancos (ontem a equipar de cor de laranja) esbarraram sempre em André Moreira e na densa muralha defensiva belenense.

A máquina goleadora do dragão, já sem o melhor ataque da I Liga, parece ter perdido poder de fogo, à chegada da fase fulcral do campeonato: no Restelo, duas jornadas depois da derrota em Paços de Ferreira (1-0), voltou a ficar em branco. E, além de uma clara ineficácia, mostrou falta de brilho, com Brahimi incapaz de criar desequilíb­rios na defesa da equipa da casa.

Fechado atrás, a jogar com três centrais (5x4x1) e a sair em contra-ataque com poucos homens, o Belém nunca se desmanchou. A estratégia fez efeito logo aos 10’, quando Nathan aproveitou um desentendi­mento entre Felipe e o estreante Osorio (pouco entrosado...) para se isolar diante de Iker Casillas e picar a bola sobre o guarda-redes espanhol. Em vantagem, a equipa de Silas, já só precisava de cumprir a segunda parte do plano: resistir estoicamen­te (espreitand­o raros contra-ataques).

A reação do FC Porto – que contou com os regressos de Alex Telles e Soares, após mais de um mês de paragem, por lesão – foi imediata, mas não deu resultados. Arriscou Brahimi: o remate rasteiro saiu rente ao poste (12). Tentou Ricardo Pereira: o cabeceamen­to foi ao lado (16’). Procurou Soares: o disparo, à meia volta, saiu por cima (32’). Experiment­ou Sérgio Oliveira: o tiro, de longe, foi desviado para fora por Gonçalo Silva (44’). E entre tanta tentativa frustrada – ou travada por André Moreira – veio o intervalo.

A segunda parte não foi diferente, apenas se apertou o cerco à baliza belenense (e o desacerto por- tista na hora de finalizar). André Moreira conservou a vantagem do emblema da Cruz de Cristo com um punhado de grandes defesas. E, na resposta, o Belenenses fez o 2-0: o recém-entrado Maurides cabeceou entre os centrais, sem hipóteses para Casillas, em resposta a um livre batido por Fredy (70’).

A perder por dois, o FC Porto não teve mais discernime­nto – só voltou a ameaçar com um remate de Ricardo Pereira, aos 80’. E perdeu mesmo – como não lhe acontecia no Restelo desde março de 2002 (3-0). Agora, se quiser manter vivo o sonho do título, terá de compensar na Luz os pontos perdidos nos últimos dois jogos fora de casa.

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Os jogadores do Belenenses festejam o golo de Nathan, perante o desalento dos portistas

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