“É só carregar na ficha e avançar”
Quarenta e quatro alunos já fizeram mestrados através da Global Platform for Syrian Students (GP4SYS), que lançou. É um marco. Chegou a hora de internacionalizar o programa, de o fazer crescer? Essa ambição existe praticamente desde o início. O problema é sempre saber se há disponibilidades financeiras para aguentar com isso. Nós estamos no limite possível. Temos tido sucesso com esses estudantes que vieram, mais de cem, entre os quais 44 que já concluíram os seus mestrados. É uma taxa significativa e a maior parte deles já está empregada, alguns fora mas sobretudo em Portugal. Têm mestrados em tecnologias, arquiteturas, engenharias... O que é preciso para que esta ideia seja generalizada? Demonstrar que é possível. Os ingredientes estão estudados, existem. Não é preciso construir nada. As universidades estão aí, os candidatos estão disponíveis. Há muitas candidaturas às quais não se pôde dar resposta. É só carregar na ficha e avançar, com os parceiros que estiveram aqui e os que não estando deverão estar, para criar uma iniciativa global, com mais pessoas e mais capacidade de resposta. O modelo que têm adotado poderá ser uma referência? O que interessa é a forma prática como se construiu esta hipótese. Conseguiu-se perceber que as universidades e os politécnicos, os institutos diversos, estão disponíveis para receber estudantes, para encontrar soluções para as propinas. Falamos de estudantes vindos da Síria, cuja guerra se poderá prolongar até à próxima década. Sente que querem todos regressar ao seu país? Sinceramente sinto, até nas escolhas que fazem – os arquitetos que pensam no planeamento da Síria no futuro, o ambiente, a reconstrução. Há um desejo de voltar a casa, sem dúvida nenhuma. E de contribuir com a formação que tiveram para a reconstrução do país. De certa forma, sentem-se embaixadores do seu país? Se quiser chamar-lhes assim, eles ficarão muito contentes.