Diário de Notícias

Juiz não liberta Jordi Sànchez e Torrent adia investidur­a

CATALUNHA Presidente do Parlamento catalão convocou para hoje uma reunião da Mesa para apresentar queixa contra Llarena

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O juiz do Supremo Tribunal espanhol Pablo Llarena voltou ontem a rejeitar a libertação do dirigente independen­tista catalão Jordi Sànchez, detido há quase seis meses. Face à nova decisão contrária da justiça, o presidente do Parlamento catalão, Roger Torrent, cancelou o debate de investidur­a do deputado do Junts per Catalunya (JxCAT), que estava marcado para hoje mas convocou uma reunião da Mesa. O objetivo do encontro deste órgão, onde os independen­tistas têm maioria, será apresentar uma queixa contra o magistrado por alegada má conduta e o que considera “uma violação dos direitos do Supremo Tribunal”.

Esta é a quarta vez que Torrent adia a sessão de investidur­a desde as eleições de 21 de dezembro, por causa da impossibil­idade de os candidatos poderem estar presentes no debate. Começando desde logo por Carles Puigdemont, o ex-presidente da Generalita­t que se autoexilou na Bélgica e aguarda entretanto uma decisão sobre a extradição da Alemanha, onde foi detido quando estava em viagem. “O dano à democracia é imenso”, escreveu ontem Puigdemont no Twitter, após conhecer a decisão de Llarena.

O juiz já tinha travado a primeira investidur­a de Jordi Sànchez, prevista para 12 de março, mas o JxCAT insistiu em pedir a sua libertação depois de uma resolução do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que instou Espanha a respeitar os seus direitos políticos. O deputado é acusado de rebelião e sedição nos protestos prévios ao referendo independen­tista de 1 de outubro. O juiz Llarena considera que existe risco de reincidênc­ia criminosa, daí não autorizar a sua libertação – ou participaç­ão no debate através de videoconfe­rência.

“É um golpe de Estado togado”, reagiu o JxCAT através da porta-voz do grupo parlamenta­r, Elsa Artadi, e do vice-presidente da Mesa do Parlamento, Josep Costa. “Trocaram o exército pelos juízes”, denunciara­m, consideran­do que com esta decisão Llarena está a dizer que acabará por prender qualquer candidato proposto pela formação. Caso não haja governo até 22 de maio, serão convocadas novas eleições.

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