“A marca Ciudadanos está muito forte”
Será um ano intenso... Muito. Até Puigdemont ser capturado na Alemanha parecia que a Catalunha perdia força e voltavam a estar na agenda os temas sociais que permitem aos eleitores de esquerdas regressar às suas origens. Puigdemont é capturado e o Ciudadanos beneficia. O que pode acontecer em 2019 com as eleições autárquicas e europeias? Vamos continuar com muitas mudanças. É evidente que o PP vai ter um desgaste e o Ciudadanos uma forte subida mas não só por causa do PP. Os mais jovens não votam de acordo com a divisão esquerda-direita. Pode ter votado no Podemos e agora votar Ciudadanos. O partido de Pablo Iglesias chegou a ter cinco milhões de votos e não existem tantos milhões de eleitores à esquerda do PSOE. Mas quatro anos depois, com mais dois milhões de pessoas empregadas, o espírito é outro. E há um grupo que não está à procura da revolução mas sim da reforma. A fuga maior de votos não é do Podemos para o Ciudadanos e não do PP para o Ciudadanos. Do Podemos para o PSOE e do PSOE para o Ciudadanos. Por isso os socialistas conseguem resistir. O Ciudadanos está realmente forte... Muito mais do que em 2015. Para este partido é muito importante o tema catalão. Subiu com as eleições da Catalunha em 2015. Antes do verão estava com os números de 2016 e quando começa o debate da Catalunha, com uma boa candidata, dispara. Na GAD3 vemos a marca Ciudadanos muito forte. Apoia a governabilidade mas não assume o desgaste. Para o ano o Ciudadanos deve abandonar a adolescência e assumir o governo de câmaras. Então não será tão fácil exigir aos outros. O panorama político mudou muito em Espanha nos últimos anos. Ainda vai mudar mais? O que está a acontecer em Espanha acontece em todas as democracias. Passamos de um modelo de estabilidade para um modelo de volatilidade. Acredito que não chegaram dois novos partidos para substituir os que já existiam. Estão para ficar com um espaço deixado pelos outros. E há espaço para todos, nenhum deles vai desaparecer.