Diário de Notícias

Jim Mattis: um general capaz de apaziguar Trump

ADMINISTRA­ÇÃO Secretário da Defesa travou dois ataques antes do de sábado e conseguiu que este se limitasse às armas químicas

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Os seus homens deram-lhe a alcunha de Mad Dog (cão louco) pela forma destemida como os liderou no Iraque, mas o general James Mattis revelou nestes dias ter uma influência apaziguado­ra sobre Donald Trump. Foi o secretário da Defesa quem, quando o presidente americano pedia sangue na sequência do ataque químico de 7 de abril em Douma, o convenceu a optar por um ataque limitado e com um alvo bem claro: os depósitos de armas químicas do regime sírio.

Mais, segundo o The Guardian, Mattis terá deixado bem claro que não vai permitir que a América inicie a – tão falada nos últimos dias – Terceira Guerra Mundial ao bombardear alvos russos, o grande aliado de Damasco, na Síria. Do The Wall Street Journal à CNN, passando pelo The NewYork Times, vários media americanos também destacaram esta influência moderadora de Mattis, garantindo que o general impediu o presidente de lançar dois ataques durante a semana.

Aos 67 anos, Mattis fez parte da equipa de generais de que Trump se rodeou quando chegou à presidênci­a. E se John Kelly passou de secretário da Segurança Interna a chefe da gabinete da Casa Branca, tentando desde então gerir o caos no seu staff, e se H.R. McMaster foi substituíd­o já neste mês pelo falcão John Bolton como conselheir­o de Segurança Nacional, o secretário da Defesa parece seguro no cargo. Dos seus colaborado­res mais diretos na administra­ção também Rex Tillerson, que se revelara mais moderado do que os analistas esperavam, foi substituíd­o no Departamen­to de Estado por Mike Pompeo.

No discurso que fez enquanto decorria o ataque de sábado, Mattis assumiu um tom quase presidenci­al para denunciar como o regime de Assad “voltou a desafiar as normas ao usar armas químicas para matar mulheres, crianças e outras vítimas inocentes”. E se Trump optou por criticar a Rússia e o presidente Vladimir Putin, Mattis preferiu lembrar que o alvo dos ataques foram apenas as armas químicas da Síria, nada mais. Segundo o The Wall Street Journal, o militar quer evitar um “confronto mais profundo com as forças russas” para não potencial uma escalada do conflito. H.T.

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