Mesmo preso, Lula mantém a liderança nas sondagens
BRASIL O ex-presidente detido em Curitiba desde 7 de abril conseguiria 31% das intenções de voto. O substituto Haddad ficaria pelos 2%
Lula da Silva permanece à frente das intenções de voto para as eleições presidenciais de outubro, segundo uma sondagem do Datafolha hoje divulgada. Preso no dia 7 de abril, o candidato fundador do Partido dos Trabalhadores reúne 31% das intenções de voto, seguido do candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, com 15%. Marina Silva, da Rede Sustentabilidade e ex-ministra do Ambiente do governo de Lula, conta com 10% das intenções de voto.
O estudo do Datafolha, realizado entre 11 e 13 de abril, revela um recuo do ex-chefe do Estado que, nas sondagens de janeiro, tinha conseguido 37% das intenções de voto contra 16% de Bolsonaro. O atual presidente Michel Temer, que pode recandidatar-se por ter chegado ao cargo após o impeachment da antecessora, Dilma Rousseff, reúne 2% das intenções de voto.
No caso de Lula não ser candidato, o estudo da Datafolha coloca Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), e Joaquim Barbosa, ex-juiz do Supremo Tribunal de Justiça que há dias se filiou no Partido Socialista Brasileiro (PSB), empatados com 9% cada. Uma simulação sem Lula mostra que o seu possível substituto, o ex-presidente da Câmara de São Paulo Fernando Haddad, se ficaria pelos 2% dos votos.
O ex-presidente brasileiro começou a cumprir pena em Curitiba em conformidade com uma ordem judicial emitida pelo juiz federal Sergio Moro, responsável por julgar os casos de corrupção relacionados a Operação Lava-Jato.
Em junho do ano passado, o juiz Sergio Moro condenou Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, num processo em que foi considerado culpado de receber como suborno um apartamento de luxo da Construtora OAS. Em janeiro, essa sentença foi ratificada e a pena ampliada para 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), um tribunal de segunda instância que também determinou a prisão imediata do antigo chefe do Estado, depois de se esgotarem todos os recursos naquele tribunal.