Diário de Notícias

Bomba de Herrera lançou os dragões na rota do título

Num clássico de combate e com poucas oportunida­des, FC Porto marcou aos 90’ e roubou liderança ao Benfica, a quatro jornadas do fim

- CARLOS NOGUEIRA

O FC Porto venceu ontem o Benfica no Estádio da Luz por 1-0 graças a um golo de Herrera em cima do minuto 90, que permite à equipa de Sérgio Conceição recuperar o primeiro lugar e ficar bem lançada para conquistar um título que foge há quatro anos. Ao cair do pano de um clássico de muita luta e poucas oportunida­des, os encarnados podem ter hipotecado o sonho do inédito penta. A quatro rondas do final da Liga, os dragões só dependem deles para fazer a festa...

Antes do apito inicial de Artur Soares Dias, duas notícias marcaram o arranque do clássico: Jonas ficava de fora devido a lesão, mantendo-se Raúl Jiménez no ataque encarnado, enquanto Marega regressava após um mês e meio à equipa de Sérgio Conceição. O Benfica via-se sem o seu principal artista e o homem que faz mexer o ataque, enquanto o FC Porto ganhava poder de explosão na frente. Só que os encarnados começaram melhor, com um ataque muito móvel em que Rafa Silva e Franco Cervi baralhavam as marcações da defesa portista. O português começou por dar o primeiro sinal de perigo com um remate ao poste e depois foi o argentino a obrigar Casillas a uma defesa apertada.

Os dragões eram quase inofensivo­s no ataque, pois quando conseguiam sair da pressão que o meio-campo benfiquist­a fazia, quase sempre por Brahimi, a rapidez dos defesas encarnados encurralav­a quase sempre Marega e Soares para zonas que não ofereciam perigo. A equipa de Rui Vitória procurava velocidade na variação de jogo e nas costas dos laterais portistas. E foi num desses lances que aos 44 minutos a bola acabou por sobrar para Pizzi, que, sozinho, permitiu grande defesa a Casillas. Na resposta, Marega rematou ao lado quando estava em boa posição. Conceição muda o jogo O intervalo chegava com o Benfica por cima do jogo e o FC Porto a precisar de corrigir muita coisa, sobre- tudo nas marcações a meio-campo, para que pudesse evitar que a velocidade de execução do adversário fizesse estragos. E a verdade é que Sérgio Conceição conseguiu mudar o sentido do jogo, tendo para isso adiantado Sérgio Oliveira e ficando Herrera como unidade mais recuada no meio-campo. O jogo ficou amarrado, com muita luta e poucos lances junto das áreas.

No reinício, Bruno Varela ainda teve de ir ao relvado roubar a bola a Marega, que surgia isolado, e depois foi Jardel a rematar ao lado na sequência de um canto. Os dragões controlava­m o jogo, pressionan­do o Benfica mais à frente e impedindo assim o início da construção de jogo da equipa de Rui Vitória, que se via na necessidad­e de fazer lançamento­s longos para Raúl Jiménez, que raramente conseguiu dar sequência perante Felipe e Marcano. Rui Vitória ainda tentou recuperar o controlo do jogo, reforçando o meio-campo com a entrada de Samaris para o lugar de Cervi, mas não resultou...

A única nota de destaque do até ao momento decisivo do clássico foi um remate perigoso de Brahimi aos 66 minutos, que saiu junto ao poste. De resto, lutava-se mais do que se jogava, com sucessivas faltas que tiravam ritmo ao jogo. Tudo se conjugava para o empate, mas em cima dos 90’ Brahimi pegou na bola e lançou o ataque, que parecia ter sido interrompi­do quando Grimaldo tirou a bola de Aboubakar. Só que o corte do espanhol foi direitinho para os pés de Herrera, que afinou a mira e atirou uma bomba para o fundo da baliza.

Pela 19.ª vez na carreira, Rui Vitória voltou a não conseguir vencer o FC Porto – e o Benfica confirmou a tradição negativa com o rival, pois nos últimos oito jogos em casa com os dragões só venceu uma vez e averbou quatro derrotas, podendo a de ontem ditar o adeus ao sonho do penta. Já Sérgio Conceição venceu pela primeira vez na Luz para a Liga e está muito perto de devolver o FC Porto aos títulos.

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