Taxa de desemprego no país recua para níveis de há 14 anos
O desemprego mantém uma trajetória descendente. Março terá fechado com uma taxa de 7,4%. Governo acredita na criação de 300 mil postos de trabalho nesta legislatura
A economia portuguesa continua a gerar emprego e prova disso são os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para uma taxa de desemprego de 7,4% em março, ainda provisória, e reveem em baixa para 7,6% a taxa de fevereiro, destacando que é preciso recuar até abril de 2004, ou seja, 14 anos, para se encontrar níveis inferiores.
Em março, estima-se que houvesse 381,2 mil desempregados, quando em fevereiro se contabilizou 395,1 mil pessoas sem emprego. O turismo, especialmente as áreas da restauração e do alojamento, é o setor que mais emprego tem criado.
“Esta é uma evolução que, a todos os títulos, revela um dinamismo muito positivo do mercado de trabalho”, disse o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, comentando as estimativas ontem divulgadas pelo INE. Estes “dados mensais vêm reforçar uma tendência que se vem acentuando e, de facto, Portugal tem hoje uma taxa de desemprego bem próxima da União Europeia e claramente abaixo da média da zona euro”, disse, sublinhando que “isto é algo que acontece pela primeira vez desde há muito tempo”.
O INE divulgou que a estimativa provisória da taxa de desemprego de março aponta para uma diminuição de 0,2 pontos percentuais em relação a fevereiro e de 2,3 pontos percentuais face a março de 2017. A taxa definitiva do desemprego em fevereiro caiu 0,3 pontos percentuais face a janeiro e 2,3 pontos percentuais quando comparado com o mesmo mês de 2017.
Estes números demonstram o “dinamismo muito positivo” do mercado de trabalho, disse Vieira da Silva, destacando que, além desta tendência, “o emprego continua a crescer mais”. “O número de pessoas desempregadas baixou dos 400 mil pela primeira vez em quase 14 anos, um resultado muito importante, mas tem de ser referir que aquilo que é mais significativo é que o emprego continua a crescer mais do que a diminuição do desemprego”, afirmou Vieira da Silva.
Apesar de se verificar uma dinâmica na criação de postos de trabalho, Portugal mantém um número elevado de desemprego entre os jovens (15 a 24 anos). A taxa de desemprego dos jovens atingiu os 21,3% em março, um aumento de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior. Nesse mês, o país contabilizava 79,5 mil jovens sem emprego, invertendo a tendência de criação de postos de trabalho neste escalão etário que se verificava desde janeiro. A taxa de desemprego dos adultos ficou nos 6,3%, uma redução de 0,3 pontos percentuais.
“Nós, tendo em atenção a previsão para março, atingiremos um valor superior a 300 mil postos de trabalho líquidos criados nesta legislatura”, realçou o governante, destacando o “sinal extremamente positivo da continuação de uma tendência de crescimento económico rico em emprego”. No cenário macroeconómico do Orçamento de Estado, o governo prevê uma taxa de desemprego de 8,6% em 2018. Mais notas produzidas A autoridade monetária portuguesas acelerou a produção de notas de 20 e de 50 euros no ano passado. O Banco de Portugal assegurou a impressão de 219 milhões de notas em 2017, mais 111 milhões do que no ano anterior. O valor das notas produzidas excedeu os 7,2 mil milhões de euros.
A subida no número de notas produzidas está relacionada com as medidas adotadas pelo Banco de Portugal para diminuir o custo unitário de produção. O supervisor nacional “celebrou um acordo com os bancos centrais da Bélgica e da Áustria para a fusão das suas quotas de produção de notas e repartição desse total em partes iguais por Portugal e Áustria”.
Além disso, o Banco de Portugal entrou no capital da empresa produtora de papel para notas EUROPAFI, detida maioritariamente pelo banco central francês. Isso permite acesso a matéria-prima com preços mais baixos e abre a porta à produção de notas para fora da zona euro. R.B.