Um filho de motorista paquistanês na pasta do Interior
Pais de Sajid Javid chegaram ao Reino Unido nos anos 1960. Ministro foi criado com seis irmãos numa casa de duas assoalhadas
Quando andava na escola, um conselheiro achou que ele tinha jeito para arranjar televisões, mas Sajid Javid tinha outros planos. Filho de um motorista de autocarros paquistanês chegado ao Reino Unido nos anos 1960 e educado numa casa com duas assoalhadas e seis irmãos, formou-se em Economia e Política, tendo optado pela primeira, quando trabalhou num banco de investimento, antes de trocar pela segunda, sendo eleito deputado em 2010.
Aos 48 anos, Javid tornou-se ontem o primeiro ministro do Interior britânico muçulmano e no fim de semana referira-se às origens para criticar o governo de Theresa May no escândalo Windrush. “Podia ter sido a minha mãe... o meu pai... o meu tio... podia ter sido eu”, disse ao The Sunday Times, falando sobre os imigrantes das Caraíbas chegados ao Reino Unido entre 1948 e 1971 a convite do governo para preencher as necessidades de mão-de-obra no pós-II Guerra Mundial, alguns dos quais agora enfrentam a deportação. Ontem fez da ajuda a essas pessoas a sua “tarefa urgente”.
Admirador de Margaret Thatcher, em 2014, apenas quatro anos após chegar ao Parlamento, Javid consegue o primeiro lugar no governo, como ministro da Cultura, mas também já passou pela Habitação. O incêndio na Grenfell Tower, que fez 71 mortos em junho do ano passado, foi o seu grande desafio público.
Apoiante da permanência do Reino Unido na União Europeia no referendo de 2016, mais por pressão do primeiro-ministro David Cameron do que por convicção, não é um próximo de Theresa May.