Sindicato alerta para mais fechos por falta de enfermeiros

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses afirma que há vários hospitais que poderão vir a encerrar serviços

ENCERRAMENTOS O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) advertiu hoje que além do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, há vários hospitais que poderão vir a encerrar serviços porque o governo não autoriza a contratação de enfermeiros.

Tal como adiantámos na edição de ontem, a saída de enfermeiros (desde janeiro terão saído mais de cem) obrigou o Hospital de Santa Maria a fechar camas e um setor de cirurgia devido à falta de recursos humanos. Guadalupe Simões, do SEP, disse que o que está a acontecer no Hospital de Santa Maria está a passar-se na maior parte dos hospitais portugueses, como por exemplo no Hospital da Cova da Beira, no Centro Hospitalar do Porto e na Unidade Local de Matosinhos.

“O Santa Maria já encerrou um serviço de cirurgia, mas prevê-se que noutros hospitais possam vir a ser encerrados serviços em resultado daquilo que é a não autorização do Ministério da Saúde e Ministério das Finanças de contratar enfermeiros”, avançou, acrescentando: “Estamos a falar de grandes hospitais nas grandes cidades. Nos hospitais no interior ainda é mais grave porque a oferta é menor.”

De acordo com Guadalupe Simões, se não forem contratados enfermeiros, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos pode vir a ter de encerrar serviços assim como o Centro Hospitalar do Porto.

O administrador do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, admitiu entretanto os constrangimentos causados pela saída de cem enfermeiros “muito especializados”, afirmando que aguarda autorizações de contratação para reabrir áreas encerradas temporariamente para garantir a segurança dos doentes.

“É verdade que saíram cem enfermeiros de uma só vez por concurso, é verdade que só conseguimos, até à data, ter autorizações para 50, também é verdade que aguardamos autorizações de contratação por quem de direito e esperamos, em breve, ter reposta a nossa capacidade, por forma a reabrir algumas áreas que, preventivamente, foram temporariamente encerradas”, disse. Lusa