PSD quer fiscalizar obras na antiga Feira Popular
Deputados municipais vão acompanhar projeto que vai mudar Entrecampos
Os deputados do PSD vão propor à Assembleia Municipal de Lisboa a constituição de uma comissão eventual para acompanhar a Operação Integrada de Entrecampos, projeto que esteve nesta terça-feira em debate na AML.
“O PSD irá propor a criação de uma comissão eventual de acompanhamento da Operação Integrada de Entrecampos, composta por todas as forças políticas e que permita que os deputados municipais possam acompanhar e fiscalizar de forma próxima toda esta operação urbanística”, anunciou o deputado social-democrata Rodrigo Mello Gonçalves, durante o debate.
À Lusa, o eleito pelo PSD avançou que a proposta será entregue nesta quarta-feira e justificou que esta “é uma questão transversal” a vários pelouros e uma comissão eventual “vai permitir analisar todas as vertentes”. O PSD frisou a importância da criação e aprovação da comissão eventual “pela dimensão que esta operação terá, pelo património e pelos custos” previstos para o projeto orçado em 800 milhões de euros, dos quais cem milhões serão responsabilidade do município.
Também o CDS anunciou que vai pedir “um debate e uma sessão pública de esclarecimento desta matéria”, após contestar a proposta e falar numa “falta de foco e estratégia porque o que o PS veio apresentar já estava previsto há 15, 20 anos nos planos da EPUL, que foi extinta”. A ideia de um debate alargado foi também defendida pelo PAN, pelo PEV, e pela deputada independente Teresa Craveiro, que afirmou esperar que a “discussão pública possa permitir alguns acertos”.
Em resposta, o vereador Manuel Salgado, responsável pelo pelouro do Urbanismo, mostrou-se “totalmente disponível” para prestar os esclarecimentos que forem solicitados. Rejeitando que este projeto seja uma cópia dos planos da EPUL, salientou que esta operação pretende dar resposta aos “três temas centrais” com que a cidade se depara atualmente – habitação acessível, transportes e emprego.
Sobre as questões levantadas pelos grupos municipais quanto ao financiamento da operação, o autarca esclareceu que esse é um assunto que está a ser equacionado e que “o produto da venda dos terrenos da antiga Feira Popular [que serão divididos por três hastas públicas] será o contributo mais importante”. Segundo a apresentação feita por Manuel Salgado, vão nascer no espaço da antiga Feira Popular – além de habitação – um lar de idosos, com capacidade para acolher 120 utentes, três creches, capazes de abranger 84 crianças, uma unidade intergeracional, com lotação total de 60 pessoas, e um jardim-de-infância, com capacidade para 75 crianças.