Diário de Notícias

”HÁ ANÚNCIOS QUE SÃO VERDADEIRA­S OBRAS-PRIMAS DA COMUNICAÇíO E DA ILUSTRAÇÃO”

Avançado que marcou os dois golos ao Sporting na final da Taça tem como objetivo chegar à seleção e representa­r um grande da Europa. A referência no futebol é... Ibrahimovi­c

- ANDRÉ CRUZ MARTINS

A final da Taça frente ao Sporting foi o seu melhor jogo enquanto profission­al de futebol? Penso que sim, pois significou um troféu com a dimensão da Taça de Portugal e ainda por cima foi uma vitória em que tive um papel decisivo, ao marcar dois golos. Se antes do jogo lhe dissessem que iria marcar os dois golos da vitória, acreditava? Acreditava na vitória do Desportivo das Aves, embora tivesse noção de que seria muito difícil ganhar a uma equipa com a qualidade do Sporting. Mas se me dissessem que iria marcar os dois golos da vitória não acreditari­a. Dos dois golos que marcou na final, qual o de execução mais complicada? Foram ambos de difícil execução. No primeiro, consegui chegar em esforço ao cruzamento e cabecear. No segundo, fui lançado em profundida­de, isolei-me, mas depois perdi a vantagem que tinha ganho ao Coates. Esperei pelo apoio de algum colega e como ele não surgiu decidi arriscar a jogada individual e o remate. E felizmente saiu tudo bem. Penso que o segundo golo foi de mais difícil execução. Foi recebido como um herói em Vila das Aves. Como foi a festa? Sim, não só eu como todos os meus colegas, não ganhei o jogo sozinho. O nosso segredo foi a união que demonstrám­os, com todos a puxar para o mesmo lado. Só isso nos permitira ganhar a uma grande equipa como o Sporting. A festa na Vila das Aves foi muito bonita, em comunhão com os nossos adeptos. Tem ideia de quantas mensagens recebeu no telemóvel? Ui, foram tantas… Ainda há bastantes que nem tive oportunida­de de ler, mas vou ver se consigo tirar um tempinho e responder a todas. O treinador José Mota queixou-se da pouca atenção que a comunicaçã­o social dedicou ao Aves nos dias que antecedera­m esta final. Partilha das dores do seu técnico? Ficámos um pouco tristes, mas a verdade é que se calhar até foi melhor assim, pois permitiu que nos abstraísse­mos e concentrás­semos no nosso trabalho, preparando a final com toda a tranquilid­ade. Sentiu os jogadores do Sporting tristes devido às agressões de que foram alvo? Sim, senti isso, mas penso que à medida que o jogo se foi desenrolan­do eles conseguira­m esquecer esses tristes acontecime­ntos. Esteve sete anos ligado ao Sporting. Custou-lhe conquistar a Taça às custas do clube em que cumpriu grande parte da sua formação? É sempre especial defrontar o Sporting, pois foi o clube em que me formei e aprendi muito. Passei lá tempos fantástico­s, na altura eles eram muito rígidos com os jogadores dos escalões jovens, preocupand­o-se não só com o aspeto futebolíst­ico mas também com a nossa formação. E ainda bem que era assim, só posso agradecer ao Sporting tudo o que fez por mim. Por outro lado, dá-me uma motivação extra jogar contra o clube em que me formei. Acredita que pode chegar à seleção? Foi internacio­nal nas seleções jovens e inclusivam­ente o melhor marcador do Europeu de sub-19 em 2013… Sim, esse Europeu de sub-19 foi um dos momentos mais altos da minha carreira. Tenho o objetivo de chegar à seleção A e estou confiante de que mais tarde ou mais cedo vou consegui-lo. Tem alguma referência como ponta de lança? Várias, mas a principal é o Ibrahimovi­c, pela forma como segura a bola e finaliza com os dois pés e com a cabeça. Depois de duas temporadas no Aves, em que apontou, respetivam­ente, 14 e 13 golos, nesta época foi menos utilizado e só marcou cinco. A que se deveu este menor rendimento? Foi a minha primeira época na I Liga e custou-me um pouco adaptar-me. Por outro lado, tive algumas lesões que me prejudicar­am. Mas ajudei a minha equipa e marquei alguns golos. Os seus colegas de equipa dizem que é muito tímido... Sim, é verdade, confirmo que sou muito tímido. Não gosto de confusões nem de grandes euforias. Prefiro ficar no meu canto. Quais são os seus grandes objetivos para os próximos anos? O meu grande objetivo é chegar à seleção. E tenho a ambição de representa­r um grande clube do futebol europeu. E regressar ao Sporting? Não fecho as portas a nenhum clube e muito menos ao Sporting, fui lá muito feliz. Mas tenho contrato com o Desportivo das Aves.

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