Diário de Notícias

Delegados ao congresso rejeitam debater o caso do ex-primeiro-ministro na Batalha. Mas enfrentam o tema, alguns até com a defesa do antigo líder dos socialista­s

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PAULA SÁ A delegada tem uns trinta e tal anos. Mas o cartão está virado ao contrário e nem dá para perceber por onde foi eleita ao congresso e desanda assim que lhe colocamos a pergunta: “Pensa que este Congresso do PS devia debater o caso Sócrates e a sua governação como apelou Ana Gomes?” Os minutos em que se deteve esfumaram-se num ápice. “Peço desculpa, agora não posso falar.”

Foi claríssimo que o tema a incomodou, mas foi a única entre os delegados que ouvimos que se esquivou a comentar um dos temas mais delicado com que os socialista­s têm e terão de lidar nos próximos meses, apesar do antigo primeiro-ministro se ter desvincula­do do partido. “Não é tabu! Já está resolvido por si!”, garante ao DN Luís Lopes, que vem da Amadora. E concretiza: “José Sócrates teve muita relevância para o PS, mas já passou.” Este delegado não embarca no apelo da socialista Ana Gomes que queria pôr o congresso do partido a debater a era da governação de Sócrates. “O que importa aqui é discutir as medidas políticas para o país.”

Estas palavras fazem eco em todos os cantos do ExpoSalão da Batalha. E até foram consequent­es com o aplauso com que os socialista­s brindaram o antigo secretário-geral quando surgiu no ecrã do pavilhão vestido de vermelho-escarlate. Maria da Luz Santana, algarvia, tem a explicação para o modo como o partido está a lidar com o caso. “O PS não tem de se envergonha­r da sua história, mas é uma história que tem de ser pensada e debatida. Mas não aqui. Aqui vamos pensar o futuro.”

Carlos Filipe Figueiredo, da concelhia de Seia, foca o congresso: “Tem de estar centrado noutras temáticas que não a de Sócrates, mas nos problemas das

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