Diário de Notícias

Cavaco quebra o silêncio para apelar ao voto contra a eutanásia

No mesmo dia em que o ex-Presidente da República falou, a página de Facebook de apoio foi bloqueada

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ANA BELA FERREIRA Cavaco Silva quebrou o silêncio para apelar ao voto contra a eutanásia. Numa declaração à Rádio Renascença, o ex-Presidente da República (PR) explicou: “Estando em causa a defesa do primado da vida humana, entendi que devia fazer uso das duas armas que me restam como cidadão: a minha voz, não ficando calado, e o meu direito de voto na escolha dos deputados nas próximas eleições legislativ­as.”

Cavaco Silva lembra ainda que nas eleições de 2015 a questão não foi abordada e, por isso, os deputados não podem agora aprovar uma matéria desta importânci­a. Antecipand­o que a morte assistida seja discutida nas eleições de 2019, o antigo PR deixa já claro qual vai ser a sua posição. “Nas eleições legislativ­as de 2019 não votar nos partidos que apoiarem a legalizaçã­o da eutanásia

Antigo PR considera esta “a decisão mais grave” para a sociedade e procurar explicar àqueles que me são próximos para fazer a mesma coisa.” Cavaco não tem dúvidas de que a “legalizaçã­o da eutanásia” é “a decisão mais grave para a sociedade portuguesa que a Assembleia da República pode tomar”.

“Como cidadão, sem responsabi­lidades políticas, para manifestar a minha discordânc­ia posso fazer uso do meu direito ao voto contra aqueles que votarem a favor da eutanásia.”

A posição de Cavaco Silva apoia-se ainda nas opiniões de médicos e enfermeiro­s e no parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. “Cada português deve pensar bem o que significa uma pessoa, um médico, ser autorizado por lei da Assembleia da República a matar outra pessoa. Se tal acontecer, a nossa sociedade rompe uma barreira e dá um salto no desconheci­do muitíssimo perigoso”, aponta. Página bloqueada A página de Facebook do Movimento Cívico para a Despenaliz­ação da Morte Assistida foi encerrada. Bruno Maia, da direção deste movimento, explica ao DN que a página “está suspensa para avaliação”. O que indicia que várias pessoas a denunciara­m.

“Acreditamo­s que se tratou de um bloqueio organizado porque o Facebook só suspende páginas quando há um número elevado de queixas”, refere. A página tinha um vídeo onde figuras públicas apelam à despenaliz­ação da morte assistida. “Já tinha meio milhão de visualizaç­ões, que foram perdidas”, disse.

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