A nova temporada 2018-2019 de Fundação Gulbenkian foi ontem anunciada
Temporada de Música 2018-19 da Fundação Gulbenkian foi ontem anunciada. Orquestra (e Coro) Gulbenkian adquire(m) nova centralidade, potenciando o novo quarteto de maestros com ligação especial à casa. No total, serão mais de 120 eventos de setembro a jun
A Orquestra (e Coro) Gulbenkian adquire(m) nova centralidade com o novo quarteto de maestros.
O maestro Gustavo Dudamel vai voltar à Gulbenkian na nova temporada 2018-2019 fala de uma “conjunção de acasos” para explicar esta confluência de nomeações: “Os quatro acabam por ter perfis e repertórios complementares”, acrescenta, “mas deixando espaço para os maestros convidados pontuais”. Risto refere com orgulho “o aumento de 35% registado nos espectadores dos concertos da Orquestra na temporada 2017-18, com quase todos os concertos esgotados ou quase”, o que mais justifica a aposta nos maestros.
A primeira aparição da Orquestra (e Coro) pós-verão será no Vale do Silêncio (Olivais Sul), a 8 de setembro, integrado no Lisboa na Rua: “No ano passado, a adesão do público superou tudo o que tínhamos imaginado [17 mil pessoas, segundo a CML]. Neste ano, o programa que vamos tocar lá resulta das escolhas do público em votação online. Será dedicado a peças clássicas que ficaram famosas no cinema.”
Para o novo ano uma novidade absoluta: o Concerto de Ano Novo da FCG: “Sou um fã dos concertos de Viena desde sempre e o objetivo é tornar este um evento habitual, criar uma tradição.” Outra novidade é a substituição do tradicional concerto coral-orquestral natalício por um… concerto humorístico: protagonistas, a dupla Igudesman & Joo, que trará The Big Silent Night Music: “Acho que se adequa bem. É uma época em que as pessoas querem ouvir algo de qualidade, mas que também disponha bem”, opina Risto.
Na Páscoa mantém-se a tradição coral-orquestral, com a Paixão de Mateus, de Bach, mas em 2019 ela será encenada: “A música será tal qual, os músicos só tocam e os cantores só cantam, mas visualmente, graças ao trabalho fantástico de Romeo Castellucci, ascende a outro nível e traz uma dimensão interpretativa contemporânea que enriquece a experiência auditiva.”
A prometer salas cheias, o cinema com orquestra ao vivo: haverá Amadeus (dezembro), Guerra das Estrelas/1977 (janeiro) e Tempos Modernos (maio).
O final da temporada será com uma história que também já “passou” para o cinema: a Madama Butterfly, de Puccini, uma das mais populares óperas do repertório: “O maestro Lawrence Foster [ex-titular da OG] vai gravá-la nessa altura em Lisboa, com os nossos Coro e Orquestra, para a Pentatone e, aproveitando, fará uma récita pública.”
Quando a Madama chegar, já terá havido outras três óperas no Grande Auditório: o Serse, de Händel (pelos Pomo d’Oro, com o estupendo Franco Fagioli no protagonista, em outubro), Roméo et Juliette, de Gounod (março) – “o Lorenzo Viotti irá todos os anos dirigir uma ópera e escolheu esta para começar”, explica Risto – e Icon, uma criação contemporânea (abril). A elas somam-se dez outros títulos do Met de Nova Iorque (transmissão Live HD), sendo que três terão – novidade – uma segunda transmissão: a Aida,o Sansão e Dalila e La Fille du Régiment. › “Desperta-me uma imensa curiosidade! Penso que Nuno Coelho [maestro] tem a sensibilidade indicada para este tipo de repertório. Terá uma 1.ª parte com repertório clássico de concerto e uma 2.ª parte com repertório tradicional vienense”. E o programa encerrará, Viena oblige, com a Valsa do Danúbio Azul! Haverá dois solistas: a soprano israelita Chen Reiss (canta o Exsultate, jubilate, de Mozart e uma ária de O Morcego) e o jovem violinista luso Francisco Lima Santos. Será a 4 e 5 de janeiro. › “As residências em Lisboa da Orquestra Juvenil Gustav Mahler são sempre um dos pontos altos da nossa temporada e desta vez não será exceção, com quatro concertos e quatro programas muito aliciantes”, refere Risto a propósito. Os concertos serão a 25 e 28 de fevereiro e 5 e 6 de março, o primeiro par com o jovem maestro austríaco Tobias Wögerer, o segundo com Jonathan Nott. Exemplos do repertório: Sherazade e Mandarim Maravilhoso (28/2), Terceira, de Mahler (5/3), Peças, op. 6, de Berg e Sinfonia 15, de Shostakovitch (6/3).