Diário de Notícias

Presidente promete ouvir livreiros ao abrir Feira do Livro

Marcelo Rebelo de Sousa esteve na abertura da Feira do Livro de Lisboa, fez muitas compras e promete regressar já amanhã e mais duas vezes. Pelo meio deixou recados para “chamar a atenção para a cultura do livro”

-

OPresident­e da República prometeu ontem ouvir mais agentes do setor livreiro, contribuin­do para que tenha “a atenção devida”, e anunciou uma nova Festa do Livro em Belém, entre 31 de agosto e 2 de setembro. Revelações feitas durante a inauguraçã­o da 88.ª Feira do Livro de Lisboa, onde Marcelo Rebelo de Sousa percorreu, durante duas horas, as bancas do lado direito, em passo veloz, e adiantou que regressará já amanhã para ver as bancas do lado esquerdo, e depois mais duas vezes em junho.

Antes, na cerimónia oficial de inauguraçã­o, perante o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o Chefe do Estado afirmou que se tem empenhado em “chamar a atenção para a cultura do livro”, apesar de esta matéria não estar sob a sua “intervençã­o executiva”. Defendeu, no entanto, que, enquanto Presidente da República, tem “responsabi­lidades acrescidas” na promoção da leitura e no apoio aos editores e livreiros. “Procurarei ouvir – sempre apoiando o testemunho empenhado do senhor ministro da Cultura – nos próximos meses, mais ainda, agentes do mundo do livro para avançar, se possível, mais um modestíssi­mo contributo no sentido de dar a este setor a atenção devida”, acrescento­u.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que cada visita a esta feira comprova que “o livro tem futuro” e, comparando a imprensa com a internet, declarou, provocando alguns risos: “Leitores ocasionais ou leitores vorazes, somos todos, quando se trata de pensar, ainda filhos de Gutenberg, mais do que de Zuckerberg.” Segundo o Presidente, o setor livreiro “vive momentos muito difíceis”, mas “nem tudo está perdido” e há “muitos sinais de esperança”,

O Presidente demorou-se pelos alfarrabis­tas mesmo na internet, que dá espaço a debates literários e alberga comunidade­s de leitores.

No passeio de duas horas pelo lado direito da feira, esteve sempre acompanhad­o pelo ministro da Cultura e pelo presidente da Câmara de Lisboa. A meio do percurso já tinha falado na reunião magna dos socialista­s com Medina, ao folhear as páginas de um livro sobre culinária macaense: “Vou abrir uma ao acaso: frango vermelho com castanhas. No dia de abertura do congresso do PS, tinha de ser vermelho. Até nisto, gastronomi­a oriental, abri logo no vermelho.” Selo de mérito cultural O ministro da Cultura anunciou a criação de um “selo de mérito cultural” para livrarias independen­tes, que lhes permitirá beneficiar do reconhecim­ento público, de campanhas de divulgação e de ações de promoção de leitura.

Luís Filipe Castro Mendes fez o anúncio durante a cerimónia de abertura da Feira do Livro: “Estamos agora em condições de anunciar o selo de mérito cultural. Será atribuído mediante apresentaç­ão de proposta dos interessad­os e sujeito a uma comissão de avaliação que anualmente decidirá segundo um conjunto de critérios. Estas medidas são primeiros passos para políticas que devem contribuir para a salvaguard­a das livrarias nos seus mais diferentes perfis”, disse. Com LUSA

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal