O seu regresso ao mercado de trabalho
Oregresso ao mercado de trabalho, após uma ausência significativa, pode ser intimidante. Seja por decisão própria de gozar um período sabático ou mesmo por baixa prolongada, entre criar filhos, recuperar de uma lesão ou tratar de um familiar carenciado, podemos estar a falar de um tipo de afastamento que se pode arrastar entre alguns meses ou, até, por vários anos.
Face à intenção de voltar, seja qual for o período fora do circuito, colocam-se desafios concretos e impõe-se uma abordagem certa a tomar para o sucesso daquilo a que nos propomos.
Em primeiro lugar, é fundamental analisarmos que tipo de regresso desejamos. As nossas motivações serão sem dúvida a chave para seguirmos em frente. Uma forte autorreflexão marcará o inicio do processo. O desejo próprio terá de ser o drive neste processo. Não existe nada mais forte do que a nossa própria vontade. Full-time ou part-time? Dinheiro ou poder? Emprego ou trabalho? Projeto ou carreira?
Obter bom aconselhamento e trabalhar o nosso network é o passo seguinte para voltar a atacar o mercado de trabalho. Com quantas mais pessoas falarmos, maior a noção da realidade que iremos encontrar. A nossa sensibilidade será afinada e iremos crescer a cada conversa.
Correr atrás e não desistir é determinante, e separa quem tem sucesso de quem falha. Não esperar que nos procurem. Cada um de nós deve fazer que as coisas “aconteçam”.
Acredito verdadeiramente que o sucesso pode ser medido pelo número de conversas “menos agradáveis” que cada um está disposto a ter. Este é o principal fator diferenciador entre aqueles que estão numa procura ativa e os outros que não estão.
Dentro deste passo, podemos e devemos, igualmente, obter uma poderosa ajuda na atualização dos nossos “cartões-de-visita” – CV (curto ou longo, inglês e/ou português), LinkedIn, cartas de recomendação, referências e apresentação profissional.
Não há dúvida de que somos feitos pelo conjunto de experiências da nossa vida. Esse background e prática são não só demonstrativos da nossa competência, como exemplo da senioridade conquistada.
Será mais fácil voltar a uma atividade relacionada com o que nos define. Assumir um projeto de freelance ou à experiencia poderá facilitar a transição para o trabalho a full-time numa organização. Outra sugestão: voltar a estudar ou fazer um refresh dentro da área de expertise.
Vivemos numa era de enorme impacto social. Por isso, se não estamos “conectados”, dificilmente vamos conseguir acompanhar a rapidez com que as oportunidades nos surgem.
Criar e atualizar o nosso perfil social é “um must”. Procure o perfil perfeito do LinkedIn. Associe-se a antigos colegas e conhecidos que estão por dentro do seu percurso profissional. Junte-se a grupos da sua área e indústria, siga blogues e participe em eventos.
Quem não se vê, nem se pressente, não existe!
Saber como procurar uma oportunidade é tão importante como saber estar em entrevista. Não existe excesso de preparação. Pratique o seu pitch para que ele ocorra naturalmente e nunca esconda o facto de que esteve ausente.
Projete uma atitude positiva em relação à sua situação e retire o melhor possível dessa etapa da sua vida. Uma experiência não profissional deverá ser encarada e partilhada como uma aprendizagem que fez de si uma pessoa mais equilibrada, mais completa e com mais mundo.
Posteriormente, terá oportunidade de descrever as suas competências técnicas para se direcionar no tipo de projeto que agora faz mais sentido. Quem está ausente perde a dinâmica do mercado e, muitas vezes, subestima aquilo que pode oferecer a um empregador. Seja claro nos seus pontos fortes e skills para aumentar a sua confiança e ganhar energia para uma procura de emprego ativa.
Ser perseverante, mostrar determinação e ter paciência será decisivo para obter o sucesso que se procura. Se pretende um novo projeto, de uma forma positiva e destemida, encare como sua missão primordial encontrar o rumo certo para esse objetivo.
Se não estamos “conectados”, dificilmente vamos conseguir acompanhar a rapidez com que as oportunidades nos surgem